COISAS SÉRIAS 13
 

Microsoft avalia falhas do Explorer (www.microsoft.com)

Encontrada a solução para a polémica em torno das graves falhas do Passport.net, o sistema de transacções online da Microsoft, Bill Gates vê se agora a braços com uma nova denúncia sobre deficiências de segurança nos seus produtos. Desta feita, é o browser Internet Explorer que volta a estar no centro das atenções.
De acordo com a denúncia lançada num popular site norte americano dedicado à segurança informática por Mike Benham, um programador de São Francisco, o Internet Explorer mostra se vulnerável a uma estratégia de falsificação a que outros browsers, como o Netscape ou o Mozilla, parecem imunes. Em termos simples, o alerta sustenta que as versões 5.0, 5.5 e 6.0 do Explorer se mostram ineficazes na verificação dos certificados digitais que atestam a legitimidade dos sites. Teoricamente, explica Benham, qualquer pessoa que detenha um certificado para um determinado website pode, a partir dele, gerar certificados para qualquer outro, conseguindo assim interceptar toda a informação classificada enviada a partir dele para entidades bancárias ou portais de ecommerce.
O alerta de Benham não deixa, porém, de ressalvar que este processo de falsificação, porque tão complexo e de tão difícil execução, dificilmente poderá ser motivo de um ataque em larga escala. O programador afirma apenas que a falha existe, a falsificação é possível e que fez questão de o demonstrar a quem de direito.
Embora a companhia de Bill Gates se escuse a confirmar a existência da falha ou mesmo a avançar quaisquer detalhes sobre a gravidade e alcance de um eventual problema desta natureza, diversos analistas e consultores para a área da segurança informática citados pela imprensa norte americana afirmam que a deficiência detectada no Explorer representa uma séria ameaça para todo o tipo de transferência de dados online.
De acordo com um comunicado esta semana emitido pela Microsoft, desde que o problema foi levantado a companhia tem prestado, sempre que para tal solicitada, os necessários esclarecimentos aos portais de ecommerce e encontra se neste momento a investigar o problema juntamente com técnicos da VeriSign, uma das maiores empresas de certificação digital a nível mundial.

(Diário de Notícias)


Www.congress.org

Dois projectos de lei que neste momento aguardam a votação do Congresso dos Estados Unidos poderiam perfeitamente, a ser aprovados, merecer a distinção de um Grammy ou de um Óscar. Isto porque qualquer um destes diplomas faria a felicidade da Recording Association of America e da Motion Picture Association of America respectivamente os organismos representantes das indústrias discográfica e cinematográfica norte americanas , uma vez que ambos visam proteger os seus interesses contra a pirataria online de conteúdos digitais.
A primeira destas propostas legislativas, nascida da iniciativa do senador da Carolina do Sul, Ernest Hollings, pretende forçar os produtores de hardware a integrar tecnologia de protecção de copyright nos seus produtos. Nada mais simples, portanto. A segunda, porém, vai mais longe e não será isenta de polémica. Trata se de uma proposta apresentada pelo representante californiano Howard Berman, através da qual se pretende oferecer os detentores dos direitos de propriedade intelectual dos conteúdos a possibilidade contra atacar os piratas.
Em termos simples, Berman pretende possibilitar a sabotagem de qualquer transferência ilicita de material protegido por direitos de autor em serviços peer to peer. Ao detentor dos direitos de copyright passaria a assim a ser possível, ao abrigo da lei e através de software adequado, bloquear a transferência de conteúdos seus
"Quando um autor verifica que uma canção sua está a ser disponibilizada pelo comutador de alguém através do Kazaa.com", exemplificou um porta voz de Berman, "existem tecnologias que lhe permitem requisitar permanentemente essa música ao site e depois fazer o seu download de forma tão lenta que impedirá que qualquer outra transferência". Uma estratégia que,uma vez que apenas é possível uma acção de download de um ficheiro de cada vez, bloqueia qualquer acesso a um determinado conteúdo.
(Diário de Notícias)


Www.minhocampusparty.org

A Frente Libertadora da Beira Baixa (F.L.B.B.) é um dos 50 clãs inscritos no Minho Campus Party. Esta tribo virtual rege se por normas internas que, apesar de poderem não ser muito rígidas, têm de ser respeitadas. Desta forma, toda a organização assenta no respeito pela hierarquia da tribo.
A hierarquia funciona como nas praxes universitárias, dividida em quatro classes: líder, veterano, superior e caloiro. O número máximo de elementos dos F.L.B.B. é de 20 e todos têm de reunir um único requisito obrigatório: serem do distrito de Castelo Branco. No site oficial da Frente Libertadora da Beira Baixa (http://flbb.no.sapo.pt) podemos encontrar o nick de todos os membros, assim como todas as actividades em curso e as competições em que participam. O líder/
/fundador desta tribo dá pelo nick de Black Russian.
O Serj, Kayov, Dev, Shelika, Betovsky e Portucale? Fazem parte dos /WTF/. Este ciberclã tem um canal no IRC, o "#wtf", e um portal em www.wtf.pt.vu.
Embora este tipo de fenómeno seja recente no nosso país, no Norte da Europa os clãs estão extremamente bem organizados. Possuem nome próprio, T shirts, e até por vezes uma bandeira com o símbolo da tribo. Na maioria das vezes os elementos que constituem estes grupos conhecem se através da Internet e é a partir daí que se organizam. Os jogos online é a paixão que os move, com o tempo treinam tácticas e estratégias que levam muito a sério. Não pode haver falhas, a reputação da tribo depende disso. Um dos aspectos mais importantes nestas tribos virtuais é a camaradagem que os une, lembra a velha máxima dos Três Mosqueteiros "Um por todos e todos por um".
Em www.fullwarez.no ip.com vamos encontrar os Fullwarez, um clã que se formou na primeira Minho Campus Party, em Braga. Rui Marinho, um dos membros desta tribo, explicou o que os une: "Juntamo nos para jogar. Jogamos uns contra os outros para nos treinarmos." No portal desta organização verifica se que são já muitos os aderentes a este fenómeno.
Embora possa parecer que no jogos online a adrenalina das competições e partilha de ficheiros sejam os principais motivos que levam estes fanáticos dos computadores a juntarem se, a verdade é que é a ideia de convívio que os une e continua a unir.
Susana Leitão Diário de Notícias


Da Suíça com horror

Da Suíça, chega nos, para além dos queijos e dos relógios, o que pode ser a realização factícia do romance de George Orwell. Por outras palavras, o Big Brother poderá sair do domínio dos reality shows rascas dos imaginários de pé descalço, para se transformar numa realidade de dimensões insuportáveis. Qual a ideia helvética? Dar a cada um dos seus cidadãos um código de barras, análogo ao dos produtos que se compram nos supermercados, a partir do qual se poderá conceber um controlo quase absoluto da vida dos suíços. Um "simples projecto", organizado pelo recurso à informática e à capacidade de memória dos computadores, poderá ganhar vida. A cada cidadão é atribuído, desde o seu nascimento, um número de identificação nacional, inscrito no passaporte e nos diversos documentos. O risco é óbvio informatizar e unificar todas as informações individuais. Poderá então saber se quanto é que um suíço ganha e paga de impostos, as doenças de que sofre, o tipo de seguro que aufere, eventualmente, etc. Mas, como bem refere Rui Martins, a devassa pode ir mais longe e mais fundo: qual a religião que professa, qual a situação familiar, quais são as suas origens, qual o seu partido político.
O projecto, que se encontra no Ministério do Interior suíço, já que com parecer favorável, deverá ser apresentado ao Parlamento. Mas, independentemente do resultado político, o simples facto da sua existência obriga nos a interrogar o mundo em que vivemos. É que um dos resultados possíveis pós 11 de Setembro pode ser a tentação de se criar sistemas de controlo totalitário dos indivíduos. Tentação essa, subjacente ao conceito horribilis de felicidade colectiva, cuja face mais visível se figurou na revolução cultural maoísta, à qual os detritos da canalha intelectual do Ocidente dedicaram a maior serventia.
O projecto suíço figura se como um dos passos para a realização do espaço utópico, cuja mediação limite é a utopia de Thomas More, e em que o espaço político parece ser o horizonte da sua concretização. Neste sentido, o Big Brother suíço é possivelmente uma das evoluções mortíferas da sociedade contemporânea, em que conhecer um Homem, é conhecê los a todos. As premissas utópicas da felicidade, transparência, justiça, etc., caminham aí para a sua própria fundamentação, ou seja, o poder de organizar a realidade sobre a realidade. O Estado, que como megaestrutura neoplásica ocupa mais e mais o espaço do pensamento político, encontra se, então, cada vez mais próximo do seu dilema maior, a saber, definir um homem como deve ser, embora um homem como deve ser não seja pura e simplesmente um Homem.
Bem nos preveniram os intelectuais dos anos 50, tal como Berdiaeff, quando em epígrafe ao Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley, escreveu sobre "os meios de evitar as utopias" e de, por isso, "voltar a uma sociedade não utópica". É que por oposição à radicalidade hegeliana do Estado só nos resta o limite ideal kantiano do homem autodependente.
Mas a criação das virtudes socráticas interessa cada vez menos aos políticos de hoje, engasgados que estão nos seus equívocos e na sua magnânima ignorância.
Carlos Amaral Dias "Diário de Notícias"


Comércio electrónico estabilizou (www.tnsofres.com)

Cinco por cento da população mundial já faz compras recorrendo ao comércio electrónico.As compras através da Internet a nível mundial estabilizaram e a Coreia do Sul e a França constituem as principais excepções a esta regra, dado que conheceram um grande aumento dos níveis do comércio online. Estas são algumas das conclusões de um estudo da empresa Taylor Nelson Sofres, efectuado em 37 países espalhados por todos os continentes (e em que Portugal não foi incluído). Nesta pesquisa foram auscultados 42 mil pessoas entre Fevereiro e Março deste ano e as conclusões confirmam os Estados Unidos da América como o país mais consumidor através da Net: 32 por cento dos americanos fazem compras online.

A maior surpresa. todavia, advém do segundo lugar ocupado neste ranking pela Coreia do Sul, onde a taxa do comércio electrónico duplicou em apenas um ano, situando se agora nos 31 por cento, apenas um ponto atrás dos norte americanos, numa notável perfomance. Nesta tabela surgem, a seguir: Alemanha (26 por cento), Noruega (25 por cento), Reino Unido (23 por cento), Dinamarca (22 por cento), Holanda (20 por cento) e França (19 por cento).

Curiosamente, são exactamente os franceses, depois dos coreanos, que mais sobem nesta classificação. Num ano, a taxa do comércio online em França passou dos 12 para os 19 por cento, permitindo lhe passar a ocupar um lugar no top ten. Ao contrário, os EUA, apesar de continuarem a liderar a classificação, conheceram um ligeiro decréscimo, de 33 para 32 por cento.

Os livros continuam a ser o bem de maior consumo através do comércio electrónico. Vinte e três por cento das pessoas que fazem compras através da Net compram livros, seguindo se os CD (15 por cento), o vestuário e os electrodomésticos (13 por cento cada).

A segurança continua a ser o motivo mais apontado pelas pessoas que não fazem compras online para evitarem recorrer a esse método, sendo citado por trinta por cento. Outro dado: metade dos compradores pela Net gastam menos de 100 euros por mês.
Diário de Notícias


Viv'aPraia mergulha nas novas TI

SANDRA MARTINS PEREIRA
Sol, férias, areia, mar... e eis nos de toalha ao ombro prontos para uma ida à praia. Nos dias que correm, o simples facto de escolhermos a praia certa, obriga nos a uma pesquisa mais detalhada sobre a qualidade da água.
Antes de sair de casa dê uma olhadela ao site www.vivapraia.com e fique a saber em tempo real o resultado das análises da água da praia pretendida.
Esta campanha do Instituto da Água, intitulada Viv'aPraia está a apostar nas novas tecnologias da informação, através da Web, WAP, SMS, MMS e PDA.
No Viv'aPraia.com encontra todo o tipo de esclarecimentos sobre a qualidade das zonas balneares portuguesas, quais as praias que têm bandeira azul, iniciativas a desenvolver nestas zonas, entre outras coisas.
Se não quer perder tempo a ligar o computador pode registar se nos serviços móveis de informação, nomeadamente o WAP, SMS e MMS e receber toda a informação desejada.
Eduardo Dias, da Ydreams, a empresa responsável pela concepção desta campanha, sublinha que "desenvolvemos um software próprio, assim como a operacionalização das acções itinerantes e o apoio à gestão do sitema de informação", acrescentando que este é "um trabalho pioneiro nesta área temática a nível europeu".
No site vai ainda encontrar um top das dez melhores e das dez piores praias de Portugal. Assim, pode desde já, ficar a saber que o Portinho da Arrábida, em Setúbal, aparece em primeiro lugar no top das melhores praias, com 98 pontos, uma pontuação baseada em cinco critérios ambientais que são classificados pelos utentes. Em pior, surge a praia do Trafal Cavalo Preto Mar, em Loulé com 17 pontos.
Os utentes podem ainda contar com três pontos de informação móvel, chamados InfoV@n's que irão percorrer as zonas classificadas de Portugal durante a época balnear.
(Sandra Martins Pereira "Diário de Notícias"


Em Portugal prioridades não passam por aqui

O aparecimento de um serviço que fornece esperma para casais de lésbicas que desejem ter filhos, e a sua instalação num meio como a Net, capaz de contornar a legislação dos países, está a suscitar polémica. As associações britânicas que defendem os direitos do lesbianismo congratulam se com a medida, considerando a uma solução prática para um problema existente. Por cá, as prioridades são outras, uma vez que ainda não estão salvaguardados os direitos que a comunidade lesbiana considera fundamentais.
Confrontada com esta questão, a associação portuguesa Clube Safo, é peremptória: "Não corresponde às nossas exigências primeiras", afirma ao DN, Fabíola Neto Cardoso, presidente da única organização especificamente lésbica em Portugal. Esta constatação não implica que o direito à inseminação artificial não seja assunto importante e cujo direito não deva ser reivindicado, salvaguarda. "É um direito que nos é absolutamente legítimo".
Por resolver, encontram se outras questões mais "básicas", enuncia a representante da comunidade lesbiana em Portugal: "A protecção legal contra a homofobia e a existência de uma lei que garanta que a orientação sexual não é motivo de discriminação. A lei das uniões de facto que foi aprovada e não regulamentada também é preciso esclarecer".
A opinião do Presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, Luís Archer, manifesta grande apreensão perante esta situação. "Penso que o que está aqui em causa é o futuro das crianças que nascem deste processo e tenho sérias dúvidas que estas possam ter um desenvolvimento psicológico normal se crescerem numa família com "duas mães"", afirma. Serão, afirma, uma espécie de "filhos prótese", cujas progenitoras, "dada a sua natureza humana, não conseguirão fornecer um clima de estabilidade". Além disso, acrescenta Luis Archer, a "sociedade não está preparada para acolhê las e viverão como uma minoria".
R. C. Diário de Notícias


http://news.bbc.co.uk

Os membros da família real britânica e outros detentores de importantes cargos políticos da Grã Bretanha correm, neste momento, maior perigo e encontram se sob vigilância reforçada na sequência da divulgação através da Internet de alguns detalhes secretos da sua segurança. De acordo com a BBC, tudo começou quando um fanático radioamador de 36 anos, chamado Paul Wey, interceptou algumas comunicações, recheadas de pormenores, das forças de segurança encarregues da protecção de cidadãos VIP e as difundiu através da Rede.
Segundo fontes dos serviços secretos britânicos, estas informações põem causa, "de forma muito severa", a segurança física de pessoas muito importantes da sociedade britânica. "Um perigo grave para a população e para a segurança nacional", admitem os serviços de segurança britânicos. Paul Wey admitiu à BBC possuir uma lista das frequências utilizadas habitualmente pelas forças de segurança e afirmou não desconhecer que a sua actuação pode constituir uma ilegalidade. Mas nega que a informação que fez circular na Net constitua "ouro puro" para eventuais terroristas. "Eles devem estar a par destas coisas, quer eu as publique quer não", argumenta.
Este é o segundo episódio em pouco mais de uma semana que coloca em causa os serviços de segurança e a sua relação com as novas tecnologias. Na semana passada, os serviços do Ministério dos Negócios Estrangeiros (Foreign Office) enviaram, por engano e por correio electrónico, um programa com todos os detalhes, ainda desconhecidos, da visita do príncipe Carlos à Polónia, que chegou a uma pessoa completamente alheia ao protocolo. O documento classificado, com mais de 50 páginas, que devia ter sido enviado ao secretário pessoal do príncipe de Gales, foi parar às mãos de um empresário que nada tinha a ver com o caso. Um caso que provocou grande agitação na habitual fleuma do (muito rigoroso) protocolo britânico.
(Diário de Notícias)


O «tuga», no seu esplendor
 
Afinal, quem se lembrou de chamar "tugas" aos jogadores e dirigentes da selecção nacional de futebol que viajaram para a Coreia do Sul sabia do que estava a falar. Conhecia bem a natureza de algumas figurinhas e de alguns figurões, bem como o ambiente pouco sadio em que medrou o mito da «geração de ouro", em especial o seu "menino" mais aclamado portas adentro que, por alguma razão que agora se compreende melhor, nunca despertou o interesse dos clubes milionários lá de fora, sempre à caça de craques da bola. À luz do seu desempenho no campo e do que se foi percebendo aos poucos, em matéria de comportamentos e preocupações, "tugas" foi, como "petit nom" para a selecção, um verdadeiro achado.
 
A calamitosa "aventura" do Oriente veio revelar o "tuga" em todo o seu esplendor. E ajudou a redefinir o próprio termo que, apesar de injurioso, tinha conotações menos desonrosas para os soldados portugueses, quando foi inventado nas guerras de África por oposição a "turras", abreviatura popular de "terroristas" a designação consagrada no discurso do Estado Novo para os guerrilheiros dos movimentos de libertação. Com o passar do tempo e as mudanças da história, o "tuga" passou a ser o português em geral, que assim mesmo é chamado ainda hoje, com uma forte conotação pejorativa, tanto nos PALOP como nas comunidades afro da Grande Lisboa. O facto de termos assumido quase sem protesto um insulto como insígnia já diz muito sobre o relaxe e a falta de amor próprio de que padecemos colectivamente embora nada disto fosse importante se algum jogador tivesse marcado um simples golo à Coreia...
 
O "tuga" não já o das guerras coloniais, mas este de agora que resplandece dentro e fora do futebol é o "chico esperto" nacional, convencido e cheio de manha, videirinho e oportunista, sempre com o fito de fazer dos outros parvos com a sua esperteza saloia. Preguiçoso da quinta casa, mais dado a alhos e amuletos do que a esforçar o corpo e as meninges, julga se o máximo e põe se invariavelmente à frente quando se trata de colher os louros por qualquer motivo de festa, mas é o primeiro a descolar quando as coisas dão para o torto. Tem mau perder, mas a culpa é sempre dos outros, de alguém ou de alguma coisa, e nunca do próprio "tuga", incapaz de reconhecer e, portanto, de corrigir os seus defeitos, as suas fraquezas, as suas insuficiências. Às vezes até, o seu mau carácter. Ignora o que seja disciplina, trabalho colectivo ou interesse comum. Aldrabar o Estado é o seu desporto favorito e a fuga aos impostos uma verdadeira obsessão a que não resiste, mesmo nas ocasiões mais impróprias: quando é o Estado a pagar lhe para, em certa medida, o representar ainda que seja apenas num Mundial de futebol.
 
A vitimização permanente é a escola de vida do "tuga", a sua táctica de sobrevivência: nega sempre os erros próprios e sobrevaloriza os alheios, ou, na falta destes, quaisquer circunstâncias adversas. Sozinho é, em regra, inofensivo e até um pouco medroso. Mas quando em bando tanto pode ser numa equipa de futebol em desgraça, como no magote que a vai receber ao aeroporto com apupos e palavrões torna se perigoso. Gosta de arruaça e de gritaria, embora, as mais das vezes, se furte pela esquerda baixa ao primeiro sinal de perigo. Adquire um espírito de clã que só não chega a ser completamente mafioso porque são brandos os costumes, como sabemos; mas obedece à mesma lógica de encobrimento dos pares ou dependentes e de vingança contra tudo o que possa descortinar como uma ameaça à família. Para se safar de uma embrulhada, mente a si próprio, se for preciso, e ao mundo inteiro, negando tudo mesmo a evidência dos factos.
 
Os "tugas" estão por todo o lado: no trânsito citadino e nas auto estradas, nas empresas, nos cafés, nos partidos, no Parlamento, nos ministérios, nos centros comerciais, nos bancos, nas fundações, nas autarquias, nas repartições, nas profissões liberais, no jornalismo. Aparecem com grande frequência e destaque nos telejornais, gostam de se exibir no Big Brother, no Masterplan e, claro, nos debates sobre futebol. Aliás, a TV e a bola são o seu mundo de estimação, duas faces primordiais da natureza «tuga», que nelas se sente como peixe na água.
 
O pequeno «écran» oferece lhe o espaço mais nobre para a afirmação da sua glória, conquistada como jogador ou simples adepto, como treinador de facto ou de bancada, como dirigente, seja de um clube ou dos inúmeros organismos e instituições que a bola tem. Há muito que tomaram conta desta indústria, desde a base até ao topo. É aí que mais facilmente encontramos o «tuga» perfeito, impostor e fanfarrão, seja a jogar à bola ou ao sucesso dos seus negócios, com um pé na direcção do clube ou de qualquer organismo associativo e outro na política ou na construção civil.
 
O bom «tuga» é um fingidor. Mesmo o do futebol, tem o seu quê de poeta. Alimenta se de ilusões, vive nas nuvens e quando a queda é grande, tanto mergulha no desespero, como entra no jogo do mata e esfola, desatando aos murros e aos gritos contra tudo e contra todos, o que é outra forma de depressão. É nesta fase terrível que agora nos encontramos.
 
Mas, vendo bem, todos temos um pouco de "tugas". E se a selecção nacional de futebol é «a selecção de todos nós", como não se cansam de dizer os jornalistas, muitos deles "tugas" de primeira água, não temos que nos surpreender com o fracasso no Mundial do Oriente e todas as peripécias envolventes. De resto, já devíamos estar habituados. Não foi assim em Saltillo? Não foi assim no último campeonato Europeu? E, de então para cá, o que fizemos os que sabem, os que podem e os que devem para mudar as mentalidades, para aumentar a disciplina, para melhorar a educação, para valorizar os princípios em suma, para instruir melhor os "tugas" e lutar contra esse fado?
Fernando Madrinha "Expresso"
fmadrinha@mail.expresso.pt


O Mal Ir Português

O que se passa com Portugal? Há explicação para a loucura que atacou tanta gente por causa da derrota coreana? Uma razão para a apagada e vil tristeza em que o país se arrasta, incapaz de atingir padrões de desenvolvimento europeus? Há. Tem um nome: má educação (ou falta dela).

Nas escolas
Portugal era, no início do século XX, um dos mais iliteratos países europeus. Portugal é, no início do século XXI, um dos mais iliteratos países europeus. Metade dos portugueses não lê um livro. Um estudo recente revela que "os alunos do 12.º ano não sabem efectuar associações mentais de maior complexidade, que impliquem utilizar os conhecimentos apreendidos de uma forma lógica".
No trânsito
Ao volante, agigantamo nos: "Aqui ao leme (leia se ao volante) sou mais do que eu..." Sem ligar a piscas, encostados ao da frente ou a queimar vermelhos, somos os maiores. E não nos passa pela cabeça que alguma coisa possa suceder. O carro é o nosso castelo.
No futebol
1. Comentário de um profissional de comentários da Sport TV, durante o Coreia Itália: "(tal como este) o árbitro argentino do Coreia Portugal teria feito muito pior se tivesse sido necessário" (!?!).
2. A versão de João Pinto: empurrado, fechou instintivamente o pulso contra o qual o árbitro veio chocar. Depois de Saltillo, dos murros de Sá Pinto e Baía, da arruaça no último jogo do Euro 2000 a Coreia. E ainda há quem diga que "o melhor do futebol são os jogadores". Só se o termo de comparação forem os dirigentes desportivos...
No emprego
A produtividade portuguesa é baixa. Trabalhamos muito mas rendemos pouco. Somos óptimos "lá fora": não é o Luxemburgo, com 30% de portugueses, o país mais rico da Europa? Corolário: os portugueses são bons luxemburgueses...
A opinião pública
As frases que passam em rodapé nas televisões portuguesas são o espelho de um povo apaixonado e excessivo, inconsequente e ilógico, emocional e generoso; que vota por Barrancos de manhã e contra os touros de morte à noite; que cospe no chão, resmunga nas filas e enche os centros comerciais no domingo à tarde.
As elites
Costuma dizer se que não há elites em Portugal. Haver há, mas poucas. E pouco. São o espelho do povo. Ou é este que não encontra exemplos em que se mire?
Os descarados
Consta que, se João Pinto for punido com dureza pela FIFA, o Sporting o despede com justa causa. Não acredito: Dias da Cunha disse claramente que "é completamente impossível demonstrar que essa agressão tenha existido". Um homem com tal convicção não pode aprovar esse despedimento. Mas ... e se Pinto for mesmo despedido? Então, noblesse oblige, não restará a Cunha senão demitir se. Não restará? Perdão, não restaria, num país onde a responsabilidade fosse a norma.
Pergunta o leitor, aqui chegado: o que tem isto a ver com o resto do artigo? Nada. E é esse o problema: em Portugal nunca nada tem a ver com nada e tudo é verdadeiro ou falso conforme quiser quem manda. E todos mandam. Sem culpas, responsabilidades ou punição.
Conclusão
O português é capaz de tudo, logo que não lhe exijam que o seja. Somos um grande povo de heróis adiados... somos hoje um pingo de tinta seca da mão que escreveu Império da esquerda à direita da geografia.... O lirismo, diz se, é qualidade máxima da raça. Cada vez cantamos mais um fado!
(Fernando Pessoa)
Paulo de Almeida Sande no "Diário de Notícias"


Www.mcafee.com Vírus nos .jpeg

Investigadores de segurança informática descobriram o primeiro vírus capaz de corromper imagens digitais, incluindo fotografias gravadas em formato ".jpg", informou a empresa de software antivírus McAfee.
Esta nova praga, denominada W32/Perrun é capaz de corromper os ficheiros ".jpeg", mas os investigadores acreditam tratar se de um verme de baixo risco, já que não causa danos e não está ainda disseminado.
O Perrun não faz qualquer tipo de alteração à imagem infectada, ao contrário de outros vírus como o Nacked wife ou o Kournikova, que apagavam ou modificavam os ficheiros de imagens, o que torna a situação difícil de ser detectada. A McAfee avisa que no caso do Perrun os arquivos de dados ficam infectados, mas não modificados. Para iniciar a infecção do computador, este vírus exige um executável que modifica o Registry e inicia o processo de anexação a ficheiros ".jpeg" com extensão ".jpg". Neste caso os ficheiros ".jpeg" infectados não podem auto replicar se em máquinas nas quais não tenha sido instalado o ficheiro executável que alerta o Registry.
Apesar deste verme ser considerado de baixo risco, a McAfee alerta para o facto de o Perrun abrir um precedente perigoso para a criação de vírus semelhantes, com poder elevado de destruição.
A empresa de software diz ainda que o facto de o formato ".jpeg" ser utilizado com muita frequência na Internet, leva a que quase todos os cibernautas estejam expostos a este tipo de vírus.
(Diário de Notícias)


www.nortemedico.pt

A Secção Regional Norte da Ordem dos Médicos apresentou o seu site na Internet. Embora esteja ainda em fase experimental, o www.nortemedico.pt foi desvendado anteontem à imprensa, no Porto, como sendo um portal de saúde inovador, já que o actual, da Ordem dos Médicos, é muito "estático" e meramente de consulta.
Quando for disponibilizado, o utilizador poderá ler e pesquisar tudo o quiser saber no campo da saúde, vinte e quatro horas por dia, 365 dias por ano. Este portal é interactivo, contando com um fórum de discussão de temas ligados às anomalias físicas. Por exemplo, está sozinho em casa e um dos seus filhos tem febre e não sabe o que fazer: entra no fórum e coloca a questão a um dos muitos médicos disponíveis online que responderá, em tempo real, à sua dúvida. O site aposta na interactividade e na diponibilização rápida de notícias sobre as mais variadas doenças.
Outra das novidades é um menu de conteúdos reservados a membros da Ordem dos Médicos. Aqui, os "senhores doutores" podem publicar estudos sobre a sua especialidade clínica ou simplesmente pagar as quotas. Este vai ser um espaço importante de comunicação interactiva, não só entre médicos, mas também entre médicos e cibernautas.
A autoria do projecto ficou a cargo da empresa Médicos Na Internet, Saúde na Internet. Miguel Guimarães, um dos autores do projecto, diz que o site www.nortemedico.pt "vai ter conteúdos actualizados onde se pode navegar facilmente". Há ainda a possibilidade de o visitante personalizar a página web em questão ou simplesmente fazer a própria página, dispondo de um rápido sistema de download para importar ficheiro da rede. O motor de pesquisa avançada permite procurar informação médica, mas não só, podendo associar o motor de busca a outros. Há ainda uma secção de Classificados e outra de Emprego.
O custo do site "é segredo" e, talvez por isso, ainda não tenha chegado a verba comunitária de apoio ao projecto. Para já está disponível para testes. A morada provisória do site da Secção Regional Norte da Ordem dos Médicos é http://testes.nortemedico.pt.
Isaura Almeida "Diário de Notícias"


Jovem descobre segredos militares dos EUA (www.kronenzeitung.at)

Um jovem austríaco de 17 anos descobriu por acaso na Internet segredos militares norte americanos, que continham pormenores sobre o acordo de desarmamento assinado entre a Rússia e os Estados Unidos a 24 de Maio, anunciou ontem o tablóide Kronenzeitung na sua edição.
Robert, originário de Viena, "navegou no seu computador para procurar páginas da Internet interessantes que se referem a informações militares novas", indicou o jovem, segundo o Kronenzeitung.
"De repente, apareceram no meu ecrã páginas de documentos do Ministério da Defesa norte americano com a indicação da escala de segurança mais elevada", explicou Robert ao jornal, austríaco que sublinha que o jovem descobriu pormenores sobre o recente acordo de desarmamento americano russo assinado pelos presidentes George W. Bush e Vladimir Putin.
"Nestes artigos o assunto era redes satélites, sistemas de vigilância e hangares para os foguetões nucleares", afirmou Robert segundo o jornal.
Alguns minutos depois desta descoberta, um agente do FBI (serviço de segurança norte americano) telefonou a Robert a partir de Washington para lhe perguntar se tinha visto estes documentos secretos.
Depois desta conversa, Robert, cheio de medo, telefonou à polícia austríaca para lhe dar conhecimento da sua insólita descoberta, acrescentou o jornal.
Três polícias austríacos vieram depois ao apartamento do jovem vienense para "lhe fazer imensas perguntas".
Recorde se que o tratado assinado na cidade norte americana de Washington pelos presidentes Vladimir Putin e George W. Bush prevê uma redução de dois terços dos arsenais nucleares dos dois países reduzindo os a 1700 e 2200 ogivas até 2012.
(Diário de Notícias)


Www.pj.pt

As novas tecnologias, nomeadamente a Internet, tornaram o mundo mais pequeno e obrigaram nos a pensar a nível global. O crime informático passou a reflectir essa abolição de fronteiras. Nasceu assim a necessidade de formar uma equipa de combate ao crime cibernético. Em Portugal, desde 1992 que a Polícia Judiciária treina ciberpolícias para a investigação deste tipo de criminalidade. No entanto, só em 1995 foi criada a Brigada de Investigação de Criminalidade Informática BICI que em Setembro de 1998 foi substituída pela Secção de Investigação de Criminalidade Informática e de Telecomunicações (SICIT).
Esta secção, constituída por 16 pessoas, tem como principal competência a investigação da chamada criminalidade informática, que compreende infracções penais como falsidade informática, acesso indevido, entre outras. Na formação dos agentes, Carlos Cabreiro, coordenador da SICIT, destaca a autoformação, isto porque há que ter o bichinho da informática. Os agentes, ou futuros agentes da Polícia Judiciária, são ainda sujeitos a acções de formação noutras instituições congéneres no estrangeiro, como a Interpol, e actividades de formação interna.
A lei relativa à criminalidade informática (Lei 109/91) tem já onze anos mas mantém se actualizada, isto porque permite a adaptação às realidades que vão surgindo. Entretanto, o coordenador garante que a adopção da convenção da União Europeia, cuja aplicação está prevista ainda para este ano, terá consequências muito positivas no combate ao crime informático. É que "este tipo de crime tem muitas vezes um carácter transnacional".
A burla e o acesso ilegítimo estão no topo dos cibercrimes mais praticados no nosso país. Ao contrário do que se possa pensar, Portugal acompanha as pisadas do que acontece a nível internacional. Em relação às penas aplicadas aos autores dos crimes, Carlos Cabreiro garante que aproximadamente 70 a 80 por cento dos inquéritos saem da PJ com proposta de acusação. "O que significa que consideramos existirem indícios suficientes para atribuir a prática de crimes aos suspeitos", explica o coordenador. Contudo, o mesmo também admite que muitos desses infractores escapam com penas suspensas ou multas.
Não é possível desenhar o perfil de um pirata informático português. A democratização da Internet fez com que esta deixasse de ser uma ferramenta exclusiva de uma faixa etária ou de um grupo de pessoas. O estereótipo do pirata informático estudante tímido de óculos grossos e fanático por computadores foi se alterando com o tempo e à medida que a utilização da Internet se foi generalizando. "Dos 15 aos 20, ou dos 30 aos 40, hoje em dia qualquer um pode ser um potencial cibercriminoso", afiança Carlos Cabreiro, ciberpolícia mor.
Suzana Leitão "Diario de Notícias"


Igreja aceita desafio do Papa (www.ecclesia.pt)

O Papa lançou o apelo, a Igreja Católica Portuguesa acolhe o desafio e mostra o trabalho feito. Transformar a Internet no principal fórum de proclamação do Evangelho foi a principal mensagem que João Paulo II quis passar no dia dedicado à Comunicação Social. A Igreja reconhece, sem medo e hesitações, as potencialidades do novo meio nesta tarefa cada vez mais difícil: levar mais longe a palavra de Deus.
"A Internet dá nos a possibilidade de chegar às pessoas que não têm fé mas que querem conhecer melhor a Igreja", explicou ao DN o bispo D. João Alves, presidente da Comissão Episcopal para as Comunicações Sociais. Uma forma diferente de evangelizar, afastada dos meios tradicionais, "mais simples e rápida" e mais direccionada para as camadas jovens da população.
Neste domínio, a Igreja não atingiu ainda o patamar ideal e tem muito trabalho pela frente. "Mas aceitamos o desafio e já estamos a trabalhar. É, no entanto, um meio que exige muitos conhecimentos técnicos e pessoas qualificadas para nele operar", ressalva o responsável da hierarquia católica para esta matéria. Números redondos: cerca de 120 mil visitantes passam, mensalmente, pelo ecclesia.pt.
Actualmente, 18 das 20 dioceses do País já têm ligação ao Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, e muitas paróquias possuem as suas próprias páginas onde ilustram o trabalho que desenvolvem.
O site oficial da Igreja Católica portuguesa está instalado no endereço www.ecclesia.pt. e encontra se online desde 1996. É, acima de tudo, "um poderoso meio para dar a conhecer o que a Igreja faz", explicou ao DN Manuel Costa, responsável pelo site. Dele constam os movimentos e as obras da Igreja, todos os documentos emitidos pela hierarquia portuguesa e pelo Vaticano e cerca de 30 publicações religiosas que circulam em papel. Manuel Costa deixa a sugestão: "uma intranet que ligue as paróquias e as dioceses deve acontecer num futuro breve".
O responsável pela página oficial da Igreja portuguesa na Internet reconhece o longo caminho ainda por percorrer neste domínio, mas acredita que as hierarquias já estão suficientemente sensibilizadas para o poder da Web na comunicação com as pessoas. "Os passos têm sido relativamente lentos, mas firmes, e isso é que é importante", explica.
Isto, porque, como salvaguarda D. João Alves, a Rede é uma moeda valiosa, cujo reverso pode ser bastante perigoso se não for devidamente acautelado. "É um meio indiferente mas, se não for utilizado ao serviço da verdade, da justiça, da solidariedade e do respeito pelo próximo, pode ser muito negativo." Exemplos perversos e perigosos do seu uso indevido não faltam.
As orientações a seguir quando se navega neste domínio encontram se especificadas nos documentos publicados este ano pelo Conselho Pontifício das Comunicações Sociais Igreja e Internet e Ética e Internet.
Rita Carvalho "Diário de Notícias"


Estagnação nas ligações caseiras (www.marktest.pt)

Mais de quarenta por cento (40,2 em rigor) dos lares portugueses dispõem de pelo menos um computador com utilização, sendo que em 31,6% essa utilização é regular e apenas pontual em 7,6%. Esta é uma das conclusões do Marktest Bareme Internet relativo ao primeiro trimestre deste ano. Estudo que revela ainda que 23,3% das casas portugueses estão já ligadas à Internet.

Estes números representam uma estagnação em relação ao trimestre anterior, mas uma evolução que ronda os três pontos percentuais em matéria de lares com computador e o um por cento no que diz respeito a ligações à Internet relativamente ao ano passado.

É preciso acrescentar que, segundo este estudo, existem 41,4% de lares que, de acordo com as intenções actuais dos seus residentes, não só não têm, como nunca terão computador em casa. Enquanto 14,1% estão como o outro: pensam vir a ter computador, só não sabem é quando. Mas há também quem tenha mais de um computador em casa, o que ocorre em 7,7% dos lares de Portugal.

De entre os 76,2% de casas que não dispõem ainda de acesso à Web, em 47,4% delas as pessoas dizem não pensar vir a estabelecer essa ligação, enquanto mais de 25% admite vir a estar conectado a partir de casa. Entre os motivos para não tencionarem vir a ter ligação à Net a partir de casa, os mais invocados são a falta de interesse, de necessidade e o "não terem idade para isso". Só em 5,3% dos lares é invocado o preço e a falta de possibilidades financeiras como motivo para a inexistência da ligação em casa.

Quanto ao modo como as casas estão ligadas, 20,3% estão no através de linha telefónica, enquanto a TV por cabo é a modalidade de acesso para 3%. Relativamente ao número de pessoas que, em cada casa, utilizam a Internet, em 8,4% dos casos só uma pessoa o faz, enquanto em 9,2% são duas pessoas que navegam na Rede.
Duarte Moral (Diário de Notícias)


"Eschola" aproxima alunos da Web (www.dapp.min edu.pt)

Abril foi um mês de intensa actividade cibernáutica para as dezenas de escolas portuguesas que se ligaram ao projecto Eschola. Construção de páginas na Internet, lançamento de fóruns online, ateliers de sensibilização para o uso das tecnologias da informação e comunicação (TIC) foram algumas formas encontradas pelos alunos para concretizar esta iniciativa promovida pela European Schoolnet, com o apoio da Comissão Europeia.
"Dar visibilidade ao que se faz nas escolas foi um dos objectivos do programa" que hoje termina, explicou ao DN, Ida Brandão, do Ministério da Educação e encarregada da mediação dos projectos na Net. A produção de conteúdos e o intercâmbio com outros alunos fica ao critério das escolas, trabalho gerido pelos docentes e de âmbito extracurricular.
O fim do Eschola deste ano ficará marcado pela avaliação do concurso de web pages, no qual participaram cerca de 50 estabelecimentos de ensino básico e secundário e cuja votação decorrerá online no próximo mês. "Uma adesão considerável", classifica Ida Brandão, e que demonstra a receptividade com que as escolas encaram o uso, embora ainda extracurricular, das novas tecnologias de comunicação.
Apesar da data de encerramento estar marcada para hoje, o Eschola continuará a ser uma realidade para muitas crianças e jovens. Ao consultar o site português (www.dapp.min edu.pt/nonio/eschola2002), onde constam as actividades desenvolvidas, outras escolas estrangeiras poderão estabelecer projectos de parceria.
Um desenrolar de acontecimentos que já foge à mediação da equipa do Eschola em Portugal, mas que será, sem dúvida, enriquecedor para os estudantes que nelas derem o seu contributo. "Há parcerias que surgem depois e que nós já não acompanhamos", afirmou a responsável portuguesa, consciente da importância desta forma de encontrar parcerias para trabalhos futuros.
As actividades do Eschola centram se, essencialmente, na construção de web pages, no lançamento de fóruns e chats, como o que foi promovido pela Universidade do Minho sobre a violência nas escolas bem como na realização de actividades pedagógicas tendo por base o recurso à Internet. Actividades sem expressão presencial e desenvolvidas no espaço virtual.
RITA CARVALHO Diário de Notícias


Departamento de Justiça dos EUA contra pornografia infantil virtual (www.usdoj.gov)

O ministro norte americano da Justiça (attorney general), John Ashcroft, descontente com uma recente decisão do Supremo Tribunal dos EUA sobre a pornografia na Internet com "crianças virtuais", anunciou esta semana ir avançar com um projecto de lei concedendo aos poderes públicos formas de combater esse tipo de pornografia.
"As potenciais consequências da decisão do Supremo Tribunal são muito graves", afirmou Ashcroft, numa conferência de imprensa onde anunciou ir avançar com o projecto de lei. O responsável máximo pelo Departamento de Justiça americano lembrou que a decisão do tribunal superior ocorre num momento em que a pornografia infantil conhece uma explosão na Internet.
O Supremo Tribunal dos EUA invalidou recentemente parte de uma lei do Congresso que considerava ilegal a produção de imagens de "crianças virtuais" em actividade sexual, considerando muito vago o conceito de "pornografia infantil virtual", contrariando a Primeira Emenda da Constituição americana, que salvaguarda a liberdade de expressão. Uma decisão que irritou a Administração Bush e alguns meios do Congresso.
Ashcroft afirma que a nova lei contornará as preocupações dos juízes do Supremo Tribunal.
("Diário de Notícias")


Www.ciberduvidas.com

Uma das referências cibernéticas da língua portuguesa corre o risco de fechar as portas por falta de verbas. O site www.ciberduvidas.com tem o fim anunciado para o dia 30 de Abril, mas ainda há esperanças. Um acordo com a Sociedade de Língua Portuguesa pode salvar o portal.
Este espaço digital foi fundado em Janeiro de 1997 pelo jornalista João Carreira Bom, falecido em Janeiro deste ano. Carreira Bom foi suportando economicamente o site, contando com a contribuição regular, e por vezes gratuita, de alguns linguistas. O Ciberduvidas.com tornou se num porto seguro para todas as questões de sintaxe, semântica e gramática dos cibernautas.
Hoje, sem os cerca de 60 mil euros necessários para a sua sobrevivência, resta apenas uma luz ao fundo do túnel... Uma reunião, apesar de inconclusiva, com a Sociedade de Língua Portuguesa (SLP), levantou algumas esperanças de manter este site aberto ao público. Segundo Maria José Mauperrin, viúva de Carreira Bom, em declarações à Lusa, "é lamentável o constante desinteresse que as entidades públicas e privadas sempre manifestaram face a este projecto de inegável interesse público". No seu currículo, o Ciberduvidas.com possui alguns dos mais importantes galardões na área da Internet e língua portuguesa. Foi distinguido com os prémios: Congresso Internet'97 sobre cultura (Lisboa), Website of the day, da Classweb, e é recomendado pelo projecto Escolanet que liga, via Internet, algumas das principais escolas do ensino secundário do Brasil.
Ao longo dos seus cinco anos de existência, o portal recebeu mais de 650 mil visitas, respondeu a muitas dezenas de milhares de internautas e acumulou nove mil respostas a dúvidas sobre a língua portuguesa, fruto do empenho de colaboradores em diversos domínios do conhecimento. Aliás, alguns dos colaboradores trabalhavam gratuitamente, outros os mais regulares recebiam uma quantia simbólica de 5 euros por resposta, a qual por vezes significava muitas horas de investigação. Curiosamente, mais de metade das dúvidas que surgiam chegavam do Brasil, as outras dividiam se pelos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP), Timor Leste e Japão.
O encerramento do site foi anunciado no programa da RTP 2 Acontece e, desde então, o correio electrónico tem sido utilizado para expressar e partilhar com outros cibernautas/utilizadores sentimentos de surpresa, incredulidade, tristeza e indignação. De uma forma geral, os signatários lamentam que as entidades oficiais não tomem nenhuma posição perante o problema.
Outro dos fundadores, entusiastas e defensores do Ciberduvidas.com é José Mário Costa que garante que o encerramento deste espaço digital significa a perda de um "património que já se tornou um bem público". O jornalista chegou mesmo a sugerir que o projecto fosse alargado a outros domínios, como por exemplo a matemática e as ciências, de forma a funcionar como um forte alicerce para a classe estudantil.
Para já, a única forma de manter vivo o vasto património do site consiste na entrega do mesmo a uma entidade com capacidade de sobrevivência, como a SLP.
Como contrapartida, Maria José Mauperrin exige dessa entidade a criação de um prémio anual de crónica em homenagem a João Carreira Bom, no valor de 25 mil euros. Entretanto, o futuro deste site é ainda muito incerto. A ver vamos.
(Susana Leitão "Diário de Notícias")


Israel debaixo de fogo na Internet (www.mi2g.com)

Porque o ódio não tem fronteiras e a guerra não conhece limites, a Internet assume se hoje como um novo campo de batalha e um espelho das tensões políticas e sociais que abalam o mundo. A exemplo disso, à medida que cresce a violência no Médio Oriente, Israel apresenta se cada vez mais como o alvo preferencial do ciberterrorismo em toda a região.
De acordo com um relatório publicado esta semana pela firma britânica de consultoria sobre ecommerce e segurança online mi2g.com, nos últimos três anos o domínio israelita ".il" foi a maior vítima de ataques dirigidos a websites em todo o Médio Oriente.
Segundo se pode ler no documento, dos 1295 ataques efectivos registados no decorrer deste período na região, 548 (cerca de 42.3 por cento) foram dirigidos a páginas de origem israelita. Esta tendência tornou se particularmente evidente a partir de Setembro de 2000, data do início da segunda Intifada. Só nas últimas duas semanas, Israel foi alvo de mais de dois terços dos ciberataques perpetrados na região.
"A ciberguerra pode ser entendida como um barómetro das tensões políticas em todo o mundo", explica DK Matai, director executivo da mi2g.com. "Nesse sentido", conclui, "a tensa situação que hoje se vive no Médio Oriente reflecte se, inevitavelmente, na actividade dos hackers".
Como explica Matai, Israel encontra se particularmente exposto a este tipo de agressões, não apenas devido à hostilidade das relações que mantém com a generalidade do mundo árabe, mas também porque detém a esmagadora maioria do total das ligações à Internet na região. Ao todo, Telavive concentra 1,1 milhões de ligações, mais que a soma de todos os 22 países árabes do Médio Oriente.
Para este crescimento exponencial dos ataques contra o ciberespaço israelita, asseguram os responsáveis da mi2g.com, contribuiu decisivamente a acção de um poderoso grupo de hackers radicado no Egipto, que terá iniciado as suas actividades logo após os acontecimentos de 11 de Setembro nos Estados Unidos.
Até à data, os ataques contra o ciberespaço israelita têm se cingido a transformações dos websites e acções do tipo Denial of Service Attack (DOS), que consistem em inundar os servidores com falsos pedidos de acesso provocando a ruptura dos sistemas e deixando as páginas inacessíveis. No entanto, os técnicos asseguram que são de esperar outros ataques mais sérios contra importantes infra estruturas online israelitas e lançam um aviso às autoridades de Telavive para que não descurem as suas defesas neste sector. Igual aviso havia já sido esta semana endereçado ao governo de Ariel Sharon pelos responsáveis do Computer Research Centre da London School of Economics.
(Diário de Notícias)


Www.ifccfbi.gov

As vendas de leilões online representam cerca de 43 por cento das fraudes na Internet, revela um relatório difundido pelo Internet Fraud Complaint Center (IFCC) em conjunto com o FBI e o National White Collar Crime Center (NW3C).
O relatório anual do IFCC confirma a conclusão de outros estudos que demonstram que as vendas de leilões online são a principal causa dos litígios e fraudes na Web. No entanto, queixas relacionadas com falta de privacidade, ataques de hackers e pornografia infantil fazem também parte deste relatório.
A falta de entrega dos produtos e o não pagamento das mercadorias representam 20,3 por cento das queixas efectuadas, segundo o IFCC. O mesmo relatório indica ainda que 15,5 por cento destas queixas estão relacionadas com burlas veiculadas por propostas de negócio falsamente aliciantes.
Com esta última categoria, os cibernautas perderam mais de 5500 dólares, a que se seguem dois outros itens, nomeadamente usurpação de identidade (três mil dólares) e fraude de investimentos (mil dólares).
No ano passado, a IFCC recebeu 49 711 queixas, tendo 16 775 delas dado origem a processos judiciais que levaram à incriminação de 90 pessoas.
"A fraude na Internet torna se difícil de provar e de levar adiante num processo jurídico, já que o delinquente e a vítima podem, por vezes, estar separados por milhares de quilómetros", sublinhou um responsável do FBI, Thomas Richardson, acrescentando que "para que sejam resolvidos os assuntos judiciais é necessária a cooperação de diversas agências".
Segundo as três organizações envolvidas neste estudo, o número de queixas deverá ultrapassar os actuais mil por semana, para os mil por dia num futuro não muito longínquo. "Nós sabemos que existem mais crimes na Rede, e que é tudo uma questão de tempo para que as vítimas saibam onde podem fazer as suas queixas", explica Richard Johnston, director da NW3C (www.nw3c.org), uma empresa sem fins lucrativos, que dá o suporte a agências locais envolvidas na prevenção, investigação e prossecução de crimes económicos na Web.
"Diário de Notícias"


Www.ydreams.com

Quem é que nunca sonhou em fazer uma corrida de Fórmula 1 ao lado de Michael Schumacher? E que jeito dá saber como vai o trânsito nas ruas de Lisboa. E imagine que está perdido e facilmente poderá encontrar a morada que procura. Estes são apenas alguns dos projectos que a Ydreams, uma empresa de informática portuguesa, está a desenvolver para serem usados em telemóveis, PDA e Internet.

Presente pela primeira vez no CeBIT, a maior exposição tecnológica a nível mundial, que teve lugar na cidade alemã de Hanôver, no mês passado, a Ydreams reúne um conjunto de projectos pioneiros no mundo, nomeadamente o WyldSim, que será lançado a longo prazo, utilizando sistemas interactivos em simultâneo com imagens virtuais.

Segundo Eduardo Dias, vice presidente da empresa, "este sistema vai permitir ao utilizador participar em tempo real numa corrida de Fórmula 1 com um carro virtual". Dentro do WyldSim está ainda a ser estudada uma opção para futebol, "estamos a preparar um projecto para o Euro 2004, que permitirá substituir o guarda redes num jogo por nós próprios", explica o responsável.

O FluidMapping é outro projecto lançado pela Ydreams e que se encontra disponível no site da Vizzavi. Se precisa de encontrar uma morada, basta escrever o seu nome e ao toque de um enter terá a localização exacta no mapa.

"Este serviço foi construído de raiz em cerca de quatro meses, e valeu nos uma apreciação positiva por parte de algumas empresas, nomeadamente a Motorola, oBOLBrasil online e a Deco", afirma Edmundo Nobre, um dos cinco sócios da empresa.

A geo referenciação de microdetalhe também está contemplada nos objectivos da Ydreams e permite uma busca pormenorizada, ou seja, através de um pedido seu é possível num centro comercial, numa exposição ou num museu encontrar um determinado produto percorrendo o caminho mais curto possível.

Sedeada em Portugal, Espanha e Holanda, a Ydreams conta expandir se no próximo ano em Boston e São Paulo, no Brasil, onde dará continuidade a projectos como o MobileCast, onde são transmitidos eventos desportivos através de telemóveis, Web ou PDA. "As imagens são gravadas por câmaras nos locais e depois filtradas, por forma a serem transmitidas por cada um destes meios", diz Eduardo Dias.

Com muitos projectos na forja e algumas parcerias, a Ydreams apresentou recentemente uma proposta ao GaiaShopping, nomeadamente a utilização de ecrãs que permitam aos clientes tratarem de uma espécie de tamagotchi. "Existem já vários sites onde se pode tratar destes "bichinhos", mas o que sugerimos é que os clientes do centro comercial vão até lá tratá los", explica o vice presidente, acrescentando que "os clientes também poderão aceder através de um site, mas a ideia é levá los lá".
(SANDRA MARTINS PEREIRA "Diário de Notícias")


Mais respeito e menos "cookies" (www.pff.org)

Motivados pela crescente pressão exercida pelo seus utilizadores, os sites comerciais norte americanos mostram se cada vez mais empenhados na clarificação das suas políticas de privacidade e protecção de dados pessoais. Esta a principal conclusão de um estudo divulgado esta semana pela Progress &icom; Freedom Foundation, organização norte americana de defesa dos direitos, liberdades e garantias civis.
Para o efeito, os investigadores procuraram avaliar as práticas seguidas nos cem principais portais de comércio electrónico dos Estados Unidos, bem como numa amostra aleatória composta por cerca de 300 outros sites de menor expressão. De acordo com os responsáveis daquela fundação, o presente estudo foi eleborado com o propósito de actualizar os dados recolhidos em Maio de 2000 por um outro desenvolvido pela empresa de auditoria Ernst &icom; Young, sob encomenda da Federal Trade Comission, possibilitando assim traçar um cenário evolutivo sobre a matéria.
O primeiro e mais importante dos indicadores resultantes da comparação dos dados recolhidos nestes dois momentos demonstra uma quebra significativa no número de sites que exigem dados confidenciais aos seus utilizadores de 96 por cento registados em 2000 para os actuais 84 por cento. Do mesmo modo, verificou se também uma redução na proporção de sites que recorrem a dados recolhidos através de cookies aplicações que coligem informação confidencial sem conhecimento do utilizador. Em 2000 foi assinalado um total de 78 por cento de páginas comerciais que recorriam a este método actualmente já proíbido por lei , contra apenas 48 por cento segundo os dados actuais.
O relatório agora divulgado demonstra, por outro lado, que são cada vez mais os sites comerciais que cumprem a exigência legal de incluir avisos sobre as políticas de privacidade praticadas, bem como aqueles que oferecem ao utilizador a possibilidade de decidir se autoriza a partilha dos seus dados com terceiras entidades.
Perante estes resultados, e contrariando o optimismo da Progress &icom; Freedom Foundation, diversos analistas norte americanos advertiram que a diminuição registada na recolha de dados pessoais poderá ser motivada mais por razões económicas que pelo imperativo ético de respeito pela vontade dos consumidores.
("Diário de Notícias")


Www.whitehouse.gov

O abalo que a eficácia da segurança americana sofreu com os atentados de 11 de Setembro continua a provocar réplicas. Seis meses depois, as entidades governamentais continuam preocupadas com este problema e reforçam as medidas para prevenir a ocorrência de novos ataques.
A nova directriz surgiu pela boca do porta voz da Casa Branca, Andrew Card, e ordena que seja eliminada dos sites das agências federais norte americanas toda a informação relativa à construção de armas de destruição maciça. A América receia estar a promover um método contraproducente, ao fornecer informações vitais para a construção de armas a eventuais terroristas que depois as possam utilizar contra ela própria. Por isso, prefere actuar preventivamente. O prazo para a retirada da Rede dos chamados dados "sensíveis" é de 90 dias. Para que isso se concretize, a Casa Branca recomenda a reavaliação de todos os documentos divulgados publicamente através da Internet.
Apesar de se mostrar necessária e de possuir algum fundamento situações actuais já demonstraram que a Internet foi o veículo utilizado para a transmissão de comunicações e planos terroristas , esta medida não é encarada com optimismo por todos.
As vozes discordantes, nas quais se inclui Steven Aftergood, da Federação Americana de Cientistas, alertam para outra consequência desta acção: muita informação importante e relevante para a consulta pública poderá ser ocultada tendo por base este pretexto. Steven Aftergood vai mais longe e, no jornal Washington Times, acusa mesmo os Estados Unidos de pretenderem esconder dados que não têm qualquer implicação para a segurança nacional.
Segundo indica, o Governo americano já retirou de circulação na Rede mais de 6000 documentos que não se incluem na designação de dados úteis para a criação de armas de destruição maciça.
Com isto, a dualidade da questão da segurança acentua se, passando a interferir no domínio das liberdades pessoais.
("Diário de Notícias")


Www.cia.gov

Violando a legislação federal recentemente criada pelo Congresso dos Estados Unidos sobre privacidade na Rede, a CIA mantêm activos alguns cookies no seu website. A denúncia foi tornada pública ao início da semana pela Public Information Research, uma organização não governamental que colige informação de interesse público na Internet.
Os cookies são pequenas aplicações de software que se alojam automaticamente no disco rígido de qualquer computador a partir do qual se realize uma visita ao website onde foram activados. Frequentemente utilizados nas páginas de marcas comerciais, permitem monitorizar toda a navegação realizada a partir desse terminal, traçando um perfil dos utilizadores por forma a adaptar a sua página de origem às preferêcias de cada um. Porém, estes pequenos espiões, que se instalam sem o conhecimento ou autorização dos cibernautas, são também capazes de coligir toda a informação relativa a passwords e outras opções pessoais armazenada no disco.
A denúncia sobre a utilização deste tipo de aplicações por parte da CIA é tanto mais grave porquanto, numa secção especialmente criada para colocar toda a informação sobre as regras de segurança e respeito pela privacidade dos visitantes obrigatória para as páginas de todas as agências governamentais, de acordo com a lei norte americana , os responsáveis da agência asseguram ao visitante que o seu website não utiliza qualquer espécie de cookies. Mais do que isso, a página lança inclusivamente um alerta sobre o perigo destas aplicações e oferece uma breve explicação sobre o que são, como actuam e para que servem.
Confrontada com esta denúncia, a agência admitiu a ilegalidade, alegando que tudo não passou de "um erro não intencional". Mike Sterp, responsável pela página oficial da agência, assegurou, porém, que "o público não precisa de se preocupar com a hipótese de a CIA os estar a monitorizar estamos demasiado ocupados para isso". Para garantir que nenhuma informação pessoal recolhida por este software subsistiria nos arquivos da CIA, Sterp prometeu publicamente que todos os ficheiros ligados a estas aplicações ilegais seriam destruídos nos próximos dias.
("Diário de Notícias")


A arte na rede dos milhões
HELDER BASTOS "Diário de Notícias"

Muito bom velho cibernauta é apanhado com frequência nas esquinas do ciberespaço em amena cavaqueira de inquietação. Porque a Net não era para ser isto. Não foi a pensar em negócio chorudo que Berners Lee queimou células cinzentas a inventar a Web. Porque as "dot.com" querem transformar um reino outrora de utopia no império da mais valia. Ora, para cépticos e apreensivos, aí está mais um motivo de discussão: a "net.art" está a caminho dos milhões.

"A arte electrónica já se vende", resumem os jornalistas do Ciberpaís, suplemento de novas tecnologias do El País, num artigo recente sobre o facto de o Guggenheim ter entrado a matar no negócio da "net.art". O célebre museu nova iorquino comprou duas obras de arte digitais online, existentes, portanto, exclusivamente na Internet, por quantias que oscilam entre os dez e os quinze mil dólares. A notícia foi adiantada pelo New York Times e não foi desmentida.

Até há bem pouco tempo, a "net.art.", pela novidade e intangibilidade, suscitava mais curiosidade do que perspectiva de negócio. Ninguém arriscava pagar muito por um punhado de bits bem desenhados e colocados na rede por gente mais ou menos jovem e imaginativa. Mas os tempos estão a mudar. Agora, não só se podem comprar peças desta nova arte como se está a caminho de se criar verdadeiras colecções.

O conservador de media art do Guggenheim, Jon Ippolito (o próprio cargo deste senhor é um curioso indicador dos novos caminhos museológicos) diz que o objectivo das novas aquisições do seu museu é "demonstrar a nossa convicção de que a arte em rede deve ser preservada para o futuro e que há uma forma de fazê lo" (Ciberpaís, 07.03.02). Outros museus, como o francês Pompidou, começam também a abandonar a ideia segundo a qual a arte virtual não se pode coleccionar.

Se apontarmos a barra de endereços para www.guggenheim.org/internetart, damos de caras com as duas novas coqueluches digitais: Unfolding Object, de John F. Simon, e Net.flag, de Mark Napier.

No primeiro caso, trata se de um quadro digital que se vai desdobrando à medida dos cliques dados no rato do computador pelo visitante, que vai ele próprio determinando o seu percurso de apreciação da obra. O museu diz tratar se de "interactividade comunitária num espaço virtual".

No segundo caso, vemos a reprodução da imagem de uma bandeira, cuja matriz se assemelha à dos Estados Unidos, susceptível de ser alterada a bel prazer do apreciador através de várias opções. Por exemplo, pode se dar lhe um ar parecido com a bandeira do Panamá, Polónia ou Porto Rico.

O cibernauta português é que não pode fazer lá grande coisa a favor das artes da pátria porque Mark Napier não pôs lá a bandeirinha nacional.
(Helder Bastos "Diário de Notícias")


A nova casa da Imprensa

(www.jornalistas.online.pt)
RITA CARVALHO

Pela mão do Sindicato dos Jornalistas, chega hoje à Rede um novo portal dedicado aos profissionais da comunicação. Chama se jornalistas.online.pt e pretende fazer uso da Internet para abordar um conjunto de questões relacionadas com a classe e o exercício da sua profissão, repartindo os seus conteúdos por diversos ângulos de abordagem: institucional, legal, laboral e reflexivo.

"Apesar de ser um site do sindicato, é tudo menos um site sindicalista, pois possui uma grande abertura ao exterior e pretende ser consultado por pessoas provenientes de outros meios", explica Acácio Barradas, responsável pelo projecto. Para a concretização a ideia, o antigo jornalista do DN reuniu a colaboração de diversas pessoas, jornalistas e não só. Uma prova de que a necessidade de um tal espaço era sentida pela maioria dos profissionais.

"Comecei a trabalhar nesta ideia há um ano, e a chegada da reforma proporcionou me tempo para a aprofundar. Fui pedindo opiniões, fazendo pesquisas e reunindo contributos", confessa Acácio Barradas. Hoje celebra se o "nascimento de um filho, depois de meses de laboriosa gestação", acrescenta.

Se o visitante for um profissional da área pode aqui encontrar um conjunto de recursosrelacionados com o desempenho da sua função, como a Comissão da Carteira Profissional, o Clube de Jornalistas, a Alta Autoridade para a Comunicação Social alguns dos quais ainda sem presença na Net. Informações sobre legislação, textos que abordam temas da ética e deontologia, memória do Sindicato, prémios atribuídos a jornalistas, publicações, entre muitos outros temas, têm aqui uma abordagem real. No link "passa palavra" encontramos notícias sobre eventos, debates interactivos e a entrada para o espaço "Polémica", onde se discutem questões como o acesso à profissão ou a relação dos profissionais da comunicação com o poder político.

Para quem não é da área, mas tem interesse na matéria, é possível a consulta de artigos sobre assuntos polémicos, como a prestação de serviço público, ou a participação em fóruns de discussão.

 IOL testa acessos condicionados

A partir da noite de hoje, o IOL vai condicionar o acesso à maioria dos seus conteúdos, reservando os aos utilizadores que se ligam à Rede através do seu ISP (Internet Service Provider). O portal do grupo Media Capital procura assim testar uma nova forma de financiamento que permita assegurar a sobrevivência dos projectos Internet face ao acentuada quebra do mercado publicitário.

A originalidade da solução que a IOL se propõe implementar reside na estratégia de levar os utilizadores a aderir ao serviço de acesso prestado pelo grupo, tirando dividendos por cada chamada realizada, em vez de cobrar directamente pelos conteúdos oferecidos. Por outras palavras, promover os acessos através dos conteúdos, procurando atrair o maior número possível de chamadas para a sua conta, sem obrigar o utilizador a pagar mais.

Numa primeira fase, a implementação deste sistema de acesso condicionado será apenas aplicado ao perído nocturno compreendido entre as 20h00 e as 8h00. Segundo explica Luís Rodrigues, administrador da Media Capital Multimedia, "o que distingue fundamentalmente este horário dos restantes períodos do dia é a origem dos acessos. Enquanto durante o dia as fontes de acesso são múltiplas, com as pessoas a ligarem se a partir do local de trabalho, da escola e lugares públicos, de noite a grande maioria acede a partir de casa". Trata se, portanto, de testar esta nova solução no período em que o acesso é maioritariamente feito através de linhas telefónicas particulares e em que, por isso, é o próprio utilizador quem escolhe o seu ISP.

Quanto à hipótese de instituir este modelo a título permanente sobre todos os conteúdos, Lúis Rodrigues explica que "tudo está ainda em aberto". Os responsaveis do IOL não arriscam uma previsão quanto à resposta dos utilizadores face a esta proposta. Até inícios de Abril, será feita uma monitorização atenta dos comportamentos dos cibernautas e do seu grau de adesão ao novo modelo. Depois, "logo se verá".

A grande resistência a qualquer proposta de rentabilização do investimento realizado na produção de conteúdos, defende Nuno Hernrique Luz, é a "cultura de gratuitidade instalada na Internet". O director do PortugalDiário insiste na urgente necessidade de encontrar formas de financiamento dos projectos online que possam colmatar a manifesta insuficiência das receitas publicitárias. Porém, clarifica, "não se trata aqui de instituir o pagamento dos conteúdos, pois o utilizador continua a pagar exactamente o mesmo. É tão incorrecto falar de acesso pago como o era até agora falar de Internet grátis".

"Cabe nos a nós dar aos utilizadores boas razões para se ligarem através do IOL", acrescenta Luís Rodrigues, prometendo algumas surpresas para ajudar a captar o interesse dos cibernautas. De momento, fica apenas o anúncio de que o Maisfutebol, único site português acreditado para realizar a cobertura do mundial de futebol, será totalmente condicionado durante o evento.João Pedro Oliveira "Diário de Notícias"


Supremo (dos EUA) analisa questão dos direitos de autor

A questão dos direitos de autor na Internet está longe de ser pacífica e de estar resolvida nos Estados Unidos. A última decisão do Supremo Tribunal de Justiça admite rever as leis que protegem estes direitos por considerar que alguns artistas, escritores e inventores são excessivamente favorecidos com a sua aplicação.

Se desta análise e ponderação resultar um parecer desfavorável aos artistas, milhares de obras poderão vir a ser divulgadas e disponibilizadas na Rede: livros, canções, filmes, entre outras coisas.

Os grupos que contestam as leis da propriedade intelectual alegam que o público tem direito a aceder a este material, mas o Governo Federal rejeita os argumentos. O procurador do Governo Federal, Theodore Olson, assinalou que as leis actuais permitem a utilização de todo o material protegido, dentro de certas circunstâncias, o que não supõe uma violação da Constituição.

Esta autoriza que o Congresso aprove leis para proteger todo o invento ou material artístico por um período limitado. A legislação aprovada em 1998 estendeu em 20 anos a protecção desse material, num total de 70 anos depois da morte do autor ou inventor.

O advogado que representa os queixosos considera a extensão aprovada pelo Congresso "inoportuna e inconstitucional".