Coisas Sérias 4  

 

Campanhas TIMOR

Laranja e código de barras ajudaram causa maubere

Medidas de sensibilização começaram há quase uma década em Portugal. Trabalhos receberam vários galardões nacionais e internacionais

O território de Timor foi anexado pela Indonésia a 7 de Dezembro de 1975. Contudo, a divulgação da situação, a nível internacional, é muito recente. Em Portugal, em contrapartida, há campanhas que têm quase uma década.

Novembro de 1991. Um massacre de inocentes no cemitério de Santa Cruz chocava a população portuguesa. Tal como escrevem Vicente Rodrigues e Pedro Dionísio no livro Publicitor, no dia seguinte à divulgação dessas imagens, Edson Athayde juntou se a uma equipa da Young & Rubicam (Y & R) com o intuito de elaborar um trabalho que divulgasse a "história de horror". O resultado foi a chamada "campanha da laranja", transmitida em vários países, nomeadamente Austrália, Canadá, França, Brasil, Inglaterra e Ucrania.

"O anúncio destinava se ao mercado internacional e apelava às pessoas para não fazerem férias na Indonésia", lembrou ao DN Vera Nobre da Costa, presidente da Y & R. Para os portugueses, a mensagem não fazia sentido, uma vez que não Ihes era fornecido o visto de entrada naquele país. Além disso, a população estava suficientemente sensibilizada para a causa. Sendo assim, a versão portuguesa do spot era acompanhada por uma frase "ligeiramente diferente": "Se conhece alguém que passe férias na Indonésia, diga a essa pessoa as atrocidades por que o povo timorense está a passar."

O filme mostrava a produção de um sumo de laranja um dos principais frutos exportados pela Indonésia comparando o espremer do fruto com a tortura do povo timorense.

"Na altura, o Governo indonésio ficou muito incomodado e pediu à Y & R da Austrália para retirar o filme do mercado", adiantou Vera Nobre da Costa.

Não obstante, a campanha foi muito premiada, tendo contribuído para a divulgação da causa um pouco por todo o mundo. Um Leão de Prata em Cannes, uma Medalha de Ouro em Nova Iorque e o Grande Prémio do Festival de Montreux foram apenas alguns dos galardões arrecadados.

Posteriormente, em 1997, o Sindicato dos Jornalistas uniu se à mesma agência para "realizar uma campanha que chamasse a atenção do público para o problema da opressão timorense e que induzisse as pessoas a tomar uma atitude de consciência", explicam Pedro Dionísio e Vicente Rodrigues. Foi assim que nasceu a acção made in Indonésia, que ficou mais conhecida por "código de barras".

O anúncio apelava às pessoas para não comprarem produtos oriundos daquele país, através da mensagem: "Entre outras coisas, a Indonésia continua a cometer toda a espécie de atrocidades contra o povo timorense. Por isso, sempre que vir produtos com a etiqueta made in Indonésia, não compre. Lembre se que eles só são baratos para si, porque outros pagam muito caro."

A imagem traduziu se num código de barras que fazia lembrar uma prisão. O trabalho ganhou vários prémios nacionais (Belarte 1997, Prisma Awards 1997) e internacionais (Sol de Ouro no FIAP, Galo de Ouro no Festival de Nova Iorque e Leão de Prata no Festival de Cannes).

Uma outra versão do made in Indonésia mostrava uma fotografia onde esta etiqueta se colocava nos pés de uma pessoa morta, intitulando se o trabalho "Morgue em Timor". Por último, surge o slogan "100 % lethal 100 % opressão", alusivo à composição do material dos produtos.

(Texto de C.A. no "Diário de Notícias")
Nota: o filme "da laranja" foi produzido pela Shots e realizado por Jorge Castro Freire. A versão portuguesa com texto de Edson Athyde era lida pelo Luís Gaspar)


Deputado brasileiro sai em defesa do português
Lider da bancada parlamentar do Partido Comunista do Brasil é o autor de um projecto de lei para preservar a língua oficial

As consequências no Brasil da globalização não são apenas visíveis nos planos económico ou comercial elas fazem se sentir também a nível da língua nacional: o português. Esta é a opinião do deputado federal Aldo Rebelo, líder da bancada parlamentar do Partido Comunista do Brasil e autor de um projecto de lei de defesa da língua portuguesa.

A descaracterização do português, falado e escrito, no Brasil começa a assumir proporções escandalosas e a manifestar se no quotidiano de mais de 160 milhões de brasileiros que têm na língua comum um pilar fundamental da unidade nacional.

Os termos importados da cultura norte americana invadem o dia a dia dos brasileiros e, através das telenovelas, chegam a Portugal e outros países de língua portuguesa. É o coffee break, o franchise, o recall ou a holding.

As televisões, as rádios e os jornais dão à estampa anúncios e notícias em que o cidadão é obrigado a descobrir que um qualquer detergente está on sale, ou seja, em liquidação, ou 50 por off; isto é, por metade do preço.

A adulteração da língua portuguesa ou o uso de estrangeirismos são também frequentes em documentos oficiais.

Os exemplos podem multiplicar se quase indefinidamente. É o convite para uma happy hour, no final do dia, num qualquer café, ou a conferência dee imprensa em que será servido um brunch.

Para o deputado Aldo Rebelo, autor do projecto de lei que visa "promover, proteger e defender o uso da língua portuguesa", um dos ensinamentos da História é que uma das formas de domínio de um povo sobre outro se dá pela imposição da língua.

À Lusa, o parlamentar salientou que "o modo mais eficiente, apesar de geralmente lento, para impor toda uma cultura os seus valores, tradições, costumes, inclusive o modelo socioeconómico e o regime político faz se pela imposição da língua".

Ao justificar a apresentação do diploma, Aldo Rebelo advertiu que a invasão de estrangeirismos e o aportuguesamentos de "gosto duvidoso" estão a ocorrer com voracidade e rapidez tão espantosas "que não e exagero supor que estamos na iminência de comprometer, quem sabe até truncar, a comunicação oral e escrita com o nosso homem simples do campo, não ateito às palavras e expressoes importadas, em geral do inglês norte americano, que dominam o nosso quotidiano".

O projecto de lei, que será inicialmente submetido à apreciação de duas comissões sectoriais da Câmara de Deputados, designadamente as comissões de Educação e Cultura e de Constituição e Justiça, terá ainda de percorrer um longo caminho processual até vir a ser eventualmente sancionado pelo Presidente da República, depois de aprovado no Senado.

Em termos genéricos, o texto prevê a melhoria das condições de ensino e de aprendizagem do português, o incentivo ao estudo e à pesquisa dos modos normativos e populares da expressão oral e escrita do povo brasileiro, a realização de campanhas sobre o uso da língua portuguesa e o incentivo à difusão do idioma português, dentro e fora do Brasil.

Outro objectivo traçado no projecto de lei é o do fomento da participação do Brasil na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e a actualização, com base em parecer da Academia Brasileira de Letras, das normas do Formulário Ortográfico, com vista ao aportuguesamento e à inclusão de vocábulos de origem estrangeira no Vocabulário Ortográfico da Lingua Portuguesa.

No fundamental, o diploma prevê estabelecer a obrigatoriedade do uso do português por brasileiros natos e naturalizados e pelos estrangeiros residentes há mais de um ano no Brasil em vários domínios, designadamente no ensino e na aprendizagem, no trabalho, nas relações jurídicas, na expressão oral, escrita e audiovisual oficial, em cerimónias públicas, nos meios de cornunicação e na publicidade.
(Do "Diário de Notícias")


Publicidade na corrida à Internet
Posto de parte o cepticismo inicial dos anunciantes, agora é tempo de investir na grande rede mundial da Internet
(Texto de Catarina Nunes no "Expresso")

DE SIMPLES veículo de informação à escala planetária, a Internet tornou se num suporte publicitário que, cada vez mais, integra os planos de meios de muitas campanhas. Posto de parte o cepticismo inicial dos anunciantes, agora é tempo de investir na grande rede mundial.

Apurar quanto é que os anunciantes portugueses já investiram na Internet é impossível. E ninguém quer avançar sequer com estimativas aproximadas. O que é certo é que a Internet ainda representa uma fatia reduzida no bolo dos investimentos publicitários.

Francisco Amaral, presidente da Associação Portuguesa de Anunciantes, explica que "a APAN não tem contabilizado esses dados. Os elementos disponíveis têm mostrado um crescimento sustentado". Para o próximo ano, Francisco Amaral prevê a manutenção da "actual tendência de crescimento, sendo muito provável que esse crescimento se venha a acentuar".

Quanto à postura dos anunciantes em relação ao novo suporte, o presidente da APAN considera que "deve ser olhado como um meio possivel, que tem uma cobertura reduzida, mas cujo crescimento dos utilizadores tem sido muito rápido".

A falta de sistemas de medição de audiências e de experiência nesta área ainda são dois entraves ao investimento. "É indispensável acelerar a investigação que vem sendo desenvolvida, no sentido de permitir uma leitura regular, quantificada e qualificada da eficácia da publicidade na Internet", defende. Como vantagem, Francisco Amaral aponta a interactividade com o potencial consumidor.

Dúvidas à parte, o presidente da APAN garante que "os anunciantes vão arriscar cada vez mais na Internet, mas também querem saber se é um meio que se adequa à sua estratégia. As agências estão a dar os primeiros passos na Internet e aquelas que não se equiparam vão ficar para trás porque os anunciantes vão exigir soluções nesta área".

Agências preparadas para a nova era

As agências de publicidade nacionais já começaram a preparar as suas estruturas no sentido de encontrar soluções para os seus clientes, que, apesar de não terem grandes certezas em relação a este novo meio, já perceberam que não podem ficar para trás. "A Internet é uma coisa imparável e temos que estar lá. Dentro de cinco anos vamos viver mais dos negócios gerados pela Internet, através dos 'sites', dos 'banners' e do comércio electrónico", defende Manuel Patarrana, presidente da TBWA/EPG.

A agência a que preside já se preparou para o futuro. Desde o ano passado que tem um "web designer" a trabalhar na concepção de "sites" e a partir do próximo mês começa a funcionar a Tequila, uma empresa da rede TBWA Internacional, mas que em Portugal vai funcionar como um departamento da agência até ao final do ano, altura em que passará a ser uma cmpresa autónoma. A Tequila vai dedicar se à criação de formas de comunicação alternativas à publicidade tradicional e o seu trabalho vai passar, em grande parte, pela Internet,

A MKT é outra das agências que recentemente criaram uma empresa vocacionada para explorar a Internet enquanto suporte publicitário. Chama se Site by Site e posiciona se como uma fornecedora de serviços de "marketing" na Internet. Rui Trigo, director geral da MKT, explica que a ideia "é diversificar a área de negócio" e "desenvolver tecnologia para estar presente na Internet". O primeiro projecto a concluir pela nova empresa é a Loja Virtual do Grupo Auchan.

A Ogilvy&Mather foi uma das primeiras agências do mercado a antever o futuro. Em 1996 criou um departamento que, dois anos mais tarde, deu origem à Ogilvy Interactive. Luís Marinho Falcão, director da Ogilvy Interactive, lembra que, na altura, teve "de chatear muita gente dentro da agência para o projecto ir para a frente". O "site" da Comissão Nacional de Luta Contra a Sida e o "site" www.piolho.pt para o Quitoso são alguns dos trabalhos que Luís Marinho Falcão destaca no departamento que dirige.

Um pouco mais tarde, mas ainda a tempo de apanhar as novas tecnologias, A Young&Rubicam tem a funcionar desde o início do ano passado o Y&R Web Design. O director do departamento, Miguel Andrade, defende que a Internet "é o mercado do futuro e vai ter um 'boom' em breve".

Qualquer uma destas estrutu.as trabalha para os clientes da agência de publicidade tradicional a que está agregada. Ou seja, as grandes contas para publicidade na Internet, quando surgirem, vão acabar por ficar nas grandes "networks" internacionais que trabalham com os maiores anunciantes, pois estes preferem centralizar toda a sua comunicação num só grupo, desde que Ihes responda a todas as suas necessidades. À margem fica uma série de ateliers de "web design", que já existem no mercado, que irão sobreviver à custa de pequenos clientes.
(Artigo do "Expresso" escrito por Catarina Nunes)


(Do "Diário de Notícias)

Português "rapta" na Web

Um hacker português e uma empresa australiana proprietária de sites pomográficos são acusados de ter "sequestrado" páginas Web e encaminhado cibemautas para conteúdos "de mau gosto", de acordo com o The New York Times.

Carlos Pereira, o hacker português (cujo paradeiro é incerto) e a firma conhecida por Taboosisters, Kewl Images, Taboohardcore ou Tabooanimals, utilizaram páginas Web e motores de busca para levar os cibemautas a visitar sites pornográficos produzidos por esta empresa e outras semelhantes. A fraude foi detectada em Maio pelo proprietário de um site de jogos para adolescentes (NewWorld.com). Angel Munuz preparava se para uma reunião onde seria discutida a venda de uma parte do capital da empresa e decidiu visitar um dos sites produzidos.

Através do Altavista procurou a página desejada e, ao aceder a ela, não queria acreditar no que via: os jogos de crianças tinham sido substituídos por imagens pornográficas. E o pior é que, ao tentar sair do site carregando no botão "back" do browser, não só não conseguia voltar ao Altavista como era encaminhado para outras páginas semelhantes.

Mais tarde veio a verificar se que este não foi o único site alvo deste tipo de "sequestros". Muitos utilizadores que fizeram buscas no Altavista através das entradas "Oklahoma tornadoes", "news about Kosovo" ou "child car seats" (tomados de Oklahoma, notícias do Kosovo e cadeiras de bebé para carros, respectivamente), foram encaminhados para páginas com conteúdo hardcore. Ao tentarem andar para trás, ou para a frente, com o browser, ficavam "prisioneiros" de uma série de sites do género. Só desligando a máquina conseguiam "libertar se".

"Estes indivíduos sequestraram sites, raptaram os utilizadores e mantiveram nos cativos", afimou ontem numa conferência de imprensa em Washington Jodie Bernstein, responsável do departamento de protecção dos consumidores da Federal Trade Commission (www.ftc.gov), que pediu a um juiz federal para pôr termo aos mecanismos que copiam páginas Web e utilizam as cópias para alojar conteúdos pornográficos.

De acordo com os investigadores, poderão existir neste momento 25 milhões de páginas Web (cerca de dois por cento do total) afectadas por este tipo de fraude. O esquema envolve a cópia de páginas normais (como a da Audi, por exemplo, que também foi utilizada) e das respectivas metatags (conjunto de palavras que identificam um site num motor de busca). Quando o cibernauta acede ao site "copiado" através do motor de busca, é levado para as páginas estabelecidas pelos piratas.

Os autores destes "desvios", entretanto, conseguiram realizar dinheiro de várias maneiras: vendendo publicidade nas páginas (anúncios a outros sites hardcore, entenda se) com base no volume de tráfego online e "oferecendo" aos incautos a possibilidade de aceder a outros sites, mas desta vez, pagando.

A empresa australiana (cujos escritórios em Camberra já foram alvo de uma busca pela polícia), por seu tumo, usou este esquema para inflacionar o valor dos nomes de domínio (endereços Web), com base no número de cibemautas que neles entraram e ficaram "presos". Alguns dos endereços foram vendidos em leilões na Intemet por valores centenas de vezes superiores ao original.

Para as autoridades que estão a investigar o caso, trata se de um novo tipo de "pirataria infommática", pois envolve mais do que o tradicional hacking e é mais sofisticado do que a mera alteração de conteúdos.
(Do "Diário de Notícias")


(Texto de Catarina Almeida no "Diário de Notícias")

Publicidade atrai mais as mulheres
Estudo desenvolvido pela PC Data Online revela que o sexo feminino responde com mais frequência aos anúncios da "Web". Curiosidade, descontos e familiaridade com produto são principais motivos

As mulheres acreditam mais na publicidade online do que os homens. Quando navegam na World Wide Web, os indivíduos do sexo feminino «distraem se» com mais facilidade ao observar anúncios. É este o resultado de uma pesquisa conduzida pela PC Data Online e divulgada pela revista Blue Bus.

Quando questionadas com que frequência clicam sobre pec,as de propaganda na Internet, uma entre duas mulheres (o que corresponde a 50 por cento) afirmou que o faz ocasionalmente'Já no sexo masculino verificaram se valores inferiores. Dois entre cinco homens responderam do mesmo modo à pergunta colocada, ou seja, 43 por cento dos inquiridos do sexo masculino respondem ocasionalmente a anúncios publicitários.

A razão de tal fenómeno poderá dever se ao facto de as mulheres gostarem, de um modo geral, mais de fazer compras.

Em relação aos que raramente clicam sobre um banner, 39 por cento dos indivíduos do sexo masculino responderam afirmativamente contra 29 por cento do sexo feminino. Daqui se conclui que há relativamente poucas mulheres que não revelam interesse sobre a publicidade.

Das diversas categorias dos ads, são os animados que mais despertam a atenção os entrevistados, visto que 70 por cento disseram preferir aquele tipo de publicidade. Os anúncios não animados são favoritos de 23 porcentro dos indivíduos. Em último lugar colocam se as janelas pop up, conquistando apenas sete por cento dos «votos».

Ao que parece, os banners não animados são mais consultados e apreciados pelos homens (que apresentam um valor de 25 por cento) que as mulheres (20 por cento).

Ao escolher um anúncio publicitário, a maioria dos entrevistados refere como factor essencial a temática do mesmo (61 por cento). Dos diferentes tipos destacam se os banners que fazem alusão a produtos que of erecem descontos (dez por cento) e os que são familiares ao consumidor (igualmente dez por cento).

Segundo o estudo desenvolvido pela PC Data Online, o sexo feminino é mais curioso que 0 masculino. É que 63 por cento das mulheres afirmam clicar nas peças criativas por serem motivadas por aquele factor. Os valores masculinos são ligeiramente inferiores: 59 por cento.

Mesmo quando o click through é feito apenas ocasionalmente, tanto os homens como as mulheres vêem os anúncios como uma fonte de informa,cão sobre novos sites. Quase 50 por cento dos inquiridos (de ambos os sexos) fizeram referência à publicidade online como um dos seus três principais meios de conhecimento sobre novos endereços. O segundo e terceiro lugar foram atribuídos pelos indivíduos, respectivamente, às ferramentas de busca e aos amigos.
(Texto de Catarina Almeida no "Diário de Notícias")


Francisco Amaral
É altura de moralizar

Francisco Amaral fala das questões com que se debate a APAN e da revolta dos seus associados quando 4% dos seus investimentos financiam o cinema.
(Benedita Trindade)

Quando vê um filme português sente que há ali um pouco da Nestlé ou de outras marcas anunciantes de televisão, tendo em conta os 4 por cento de taxa que são cobrados e que, supostamente se destinam a financiar o cinema nacional?

Sinceramente, não sinto. Acho que os anunciantes, de um modo geral, não sentirão isso. Não é uma taxa que os anunciantes paguem com gosto. Primeiro, porque não faz sentido. Segundo, porque a aplicação dessa verba está tão fora do nosso âmbito e controlo que se perde completamente. É uma taxa e o governo faz dela o que entender. A ideia inicial é realmente subsidiar o cinema, mas não sei em que moldes. Não me parece que faça sentido que os anunciantes tenham que contribuir para que o governo fnancie o instituto do cinema, que depois gere essas verbas não sei de que maneira. É uma taxa criada em 1971, que vem de um regime anti democrático. É quase um resquício do regime anterior e que o Governo ainda não teve vontade de abolir.
É, claramente, uma forma intervencionista do Estado, característico dessa época, mas que, hoje, numa sociedade moderna e democrática é recusada pelo próprio Governo. Até no aspecto político é uma taxa que envergonha o actual Governo, porque tem contornos muito anacrónicos em relação à sua instituição.
O próprio modo de cobrança da taxa também surge como uma distorção dos princípios modernos da justiça fiscal. A taxa incide sobre as tabelas e não sobre a receita efectiva. Todos sabemos que há grandes diferenciais entre o que é a tabela e o que é realmente publicidade paga, sobretudo na televisão. Como a cobrança é feita sobre a tabela, temos o tal conceito de lucro presumível da era fiscal anterior que hoje não se entende. Se pensarmos que entre o preço de tabela e o preço efectivo, e eu diria que em televisão podemos falar de 50 por cento de diferencial, há uma taxa que incide sobre um valor do qual, na realidade, só é pago 50 por cento.

O que é que os anunciantes fariam com os 3 milhões de contos cobrados em taxas?

Isto é um problema que prejudica a actividade em si, não apenas os anunciantes. Evidentemente que os anunciantes iriam integrar o resultante desta taxa no investimento. Não faz sentido como conceito, é injusto do ponto de vista fiscal da forma como é cobrado e é um travão a um maior investimento.

O que é que a APAN já fez para alterar este sistema?

Isto é uma luta que não é de agora. Fizemos já vários contactos a nível do Ministério da Cultura e até a nível da tutela da comunicação, sem resultado. Agora vamos voltar a tratar disso.
Neste momento não temos contacto directo com nenhum membro do governo sobre este tema, porque esta é uma altura difícil, vêm ai as férias, as eleições...

Talvez então não fosse má altura...

Sim... mas há muito pouco tempo para poder gerir isto. Sempre que temos oportunidade temos procurado fazer passar esta mensagem e tenho a certeza de que ela chega à administração pública. Faço um desafio ao Governo: estamos numa altura de eleições, de passagem de milénio, penso que o Governo não quererá passar para o próximo milénio uma herança do regime anterior. O financiamento do cinema deveria fazer se através de um qualquer organismo da administração que não fosse um prestador de serviços.

Existe ou não intenção do Governo em acabar com a taxa?

Eu não tenho indicação precisa sobre a intenção do Governo. Contudo, penso que haja alguma abertura para modificar este estado de coisas. Talvez não tenham tido ainda a criatividade necessária para arranjar uma maneira de dar uma contrapartida que possa permitir aliviar esta taxa.

A APAN concorda com a solução preconizada pela APAP no tocante aos direitos de autor na publicidade?

Tivemos uma reunião a pedido daAPAP em que esse tema foi abordado no sentido de oscultar a nossa opinião sobre o tema, mas em que nos foram dados poucos elementos sobre o projecto. Aquilo que pedimos foi a possibilidade da APAP nos dar mais elementos para decidirmos se o projecto tinha ou não a ver com os interesses dos anunciantes para nele avançarmos, ou não, em parceria com a APAP.

A APAN não tem qualquer projecto para esta situação?

Não temos nada pensado. Inclusivé, pensamos que não é um projecto a ser tratado por iniciativa dos anunciantes. Não é um tema directo de iniciativa dos anunciantes, mas que compete às entidades que produzem as obras.

Face à situação de saturação televisiva que se tem constatado, como desviar o investimento para outros meios?

O que a APAN pode, e tem feito, é informar os seus associados daquilo que se passa no mercado, embora numa posição neutra.
Penso que, hoje em dia, c importante não é desviar investimento. Enquanto anunciante, penso que o mercado tem vindo a mudar, assim como as características do consumidor e dos meios. Assim, o necessário é repensar o equilíbrio do investimento por meio. Aquilo que há uns anos era praticamente resolvido a nível da dita media tradicional, hoje tem que o ser também à custa de outros meios alternativos, que permitem comunicar melhor com os consumidores. O anunciante tem que procurar esses meios.
Como resultado, daqui a meia dúzia de anos, a situação de grande peso relativa na televisão em relação a outros meios vai deixar de ser tão forte. E não apenas o peso em relação aos outros meios tradicionais, mas também o peso da media tradicional no seu conjunto em relação aos meios alternativos. Estou a pensar num meio que vai crescer muito nos próximos anos, mesmo para as empresas de grande consumo, que é o marketing relacional.

Como explica o desiquilibrio do investimento no mercado português, com grande vantagem para a televisão?

Penso que há vários factores para isso. Um deles é a tradição, uma forte mentalidade dos anunciantes e das agências emcanalizar muito investimento para a televisão. Quando se pede uma proposta de uma campanha de comunicação, ainda é vulgar que o suporte para a explicar seja um story board para televisão. Isso demonstra bem o peso que a televisão tem na maneira de pensar e de agir das pessoas.
Por outro lado, com a entrada dos canais privados, as condições de negociação com as televisões modificou se muito e há uma grande elasticidade no clima negocial, que hoje em dia atinge algum exagêro. Em qualquer actividade, quando existe um diferencial tão grande entre o preço de tabela e o que é realmente negociado e pago, alguma coisa não está clara. Penso que talvez fosse aconselhável tentar tornar as coisas um pouco mais transparentes.
Hoje, a tabela dos canais de televisão serve para quê? Para muito pouco, pois já não é referencial, permitindo apenas aferir investimentos que depois dão uma ideia completamente distorcida do mercado.

Não são os anunciantes também responsáveis por essa situação quando esticam os preços ao limite?

Quem compra um bem tem sempre tendência para fazer a melhor negociação possível. Mas, se existe uma pressão especial, às vezes exagerada, dos anunciantes para obterem melhores condições, é facto que elas aparecem. Isso, se calhar, é sinal de que os meios podem dar melhores condições.
Talvez seja altura de se discutirem as coisas com calma, sem grandes rebuliços. Juntar os anunciantes, as centrais, os meios e as agências e ver o que é possível fazer para tornarmos as coisas mais transparentes e dar mais realidade a algumas coisas que hoje estão fora do contexto real.
Penso que é a altura de moralizar isto.
Há uns anos, este assunto foi muito ventilado no mercado português, quando em França se começou a aplicar a Lei Sapin. Depois, as coisas deixaram de ser faladas, mas o processo continuou. Penso que é a altura de se voltar a falar no assunto, num clima calmo, sem grandes protagonismos, tentando clarificar e tornar mais fácil toda a relação negocial.

Acredita, sinceramente, que a auto regulamentação poderá resolver essa e outras situações?

Eu sou, claramente, defensor da auto regulamentação. Acredito e defendo a auto regulamentação. Acredito que, em determinadas áreas, se a auto regulamentação não funcionar, nada mais funcionará, porque o que irá vingar é a legislação, a lei, a proibição, o oposto à resolução de qualquer problema.
Nesses casos, cometem se sempre excessos que são completamente desnecesários e que não interessam nem protegem ninguém. Se me perguntarem se funciona, penso que sim, mas é preciso tempo. Auto regulamentação não dá efeitos imediatos. Acho que temos um bom exemplo em Portugal a nível do conteúdo da mensagem publicitária, com o ICAP.

Esse parece ser o único caso em que a auto regulamentação parece ter sido bem sucedida. Na publicidade, o conceito não tem tido grande aplicação, senão veja se o caso da questão das linhas eróticascas, da publicidade exterior...

É um pouco característica do povo que somos. Não se pode desculpar tudo com a latinidade, mas é facto que os latinos têm uma maneira de ser e uma postura diferente perante as coisas diferentes dos habitantes da Europa do Norte, onde é certamente mais fácil fazer funcionar a auto regulamentação.
Mas penso que já há, em Portugal, elementos para mostrar que é preciso um esforco no sentido da auto regulamentacão porque se ele não existir passa se ao extremo oposto. E, depois, a proibição vai prejudicar uma actividade que se fosse bem regulamentada e cumprida era benéfica para todos.

(Texto de Benedita Trindade publicado no "briefing")


Escutas nos computadores

O Departamento de Justiça norte americano quer ter a possibilidade de instalar escutas electrónicas nos computadores.

O Departamento de Justiça, um organismo do governo norte americano, vai
propor legislação que permita à polícia e aos agentes federais a entrada em
casa de suspeitos (sem o seu conhecimento) para instalar escutas
electrónicas nos computadores.
Estas escutas iriam permitir a monitorização e gravação dos dados
transmitidos e recebidos pelo computador, passando ''por cima'' de
programas de criptografia (codificação/descodificação) que o utilizador do
computador possa utilizar.

Para já esta é ainda uma ideia, e não uma proposta concreta, mas já se
fazem ouvir várias vozes de protesto. Instituições de defesa da privacidade,
senadores, professores universitários e outras personalidades já
demonstraram o seu desagrado.
(Publicado na "Dígito")


Fraudes e "ratoeiras", dirigidas aos menos atentos utilizadores da Internet, não param de aumentar

Fraudes alastram na Net
João Ramos ("Expresso")

UM NÚMERO significativo de assinantes tem vindo a reclamar junto da Portugal Telecom, afirmando se lesados com contas telefónica avultadas relativas a chamadas que alegadamente não terão efectuado. Mas a facturação detalhada acaba por demonstrar terem sido efectuadas ligações para países como o Chile, Moldávia ou Serra Leoa, deixando mesmo assim os assinantes sem margem de manobra para evitar o pagamento.

Uma investigação levada a cabo por especialistas do Grupo PT permitiu constatar, entretanto, que as chamadas efectuadas tinham sido feitas quando os assinantes lesados "navegavam" na Internet. Dois tipos de situações ocorreram: a primeira acontece quando os assinantes, depois de terem começado a "navegar" na Internet através do seu ISP (fornecedor do serviço Internet), descobrem um "sitio" na Web que propõe fazer o carregamento de fotografas ou videos (normalmente pornográficos). Ao entrar na página, é introduzido no computador pessoal um ficheiro (vírus tipo "cavalo de Troia") que actua logo que o vídeo ou a fotografia são pedidos. Sem que o utilizador do PC se aperceba, a comunicação com a Internet é cortada e é iniciada, através da linha telefónica normal, uma chamada para um destino internacional que vai durar o tempo necessário para fazer o carregamento do ficheiro que permite visualizar as imagens pornográficas (por exemplo, www.ladult.com). "Trata se de um tipo de fraude em que o assinante só se apercebe quando recebe a factura telefónica", refere Sousa Cardoso director do departamento de Qualidade da Marconi e presidente da FIINA (Forum for International Irregular Network Access).

A segunda situação é muito semelhante à anterior, mas apresenta uma importante diferença: o utilizador é avisado na página Web que o "download" é gratuito e que a sua utilização é paga em chamadas internacionais de valor acrescentado. Mas, como o aviso é efectuado na língua inglesa através de um longo texto com duas páginas, a esmagadora maioria dos "cibernautas", por desconhecimento do inglês ou pela ansiedade do momento, acabam por estabelecer a ligação sem ler as condições de acesso. É o caso do "sitio" da Web com o endereço www.first69.com que chegou a ser publicitado na imprensa portuguesa. "Nesta situação não se pode falar de fraude porque o assinante inicia por sua livre vontade a ligação. Quando muito estaremos em presença de um comportamento menos ético", considera Sousa Cardoso.

Por outro lado, o EXPRESSO apurou terem começado a ser observadas fraudes com algum grau de sofisticação mas que afectam sobretudo os operadores de telecomunicações. É o caso da utilização de audiotex para gerar tráfego e efectuar o "retorno" ou "lavagem" de dinheiro para um país estrangeiro. A organização criminosa aluga um apartamento, pede uma linha telefónica, que, uma vez instalada, é usada para fazer chamadas para um destino internacional onde são consideradas de valor adicional (existe um prémio para o posto chamado). Este prémio é depositado pelo operador de longa distância numa conta associada (nos EUA ou "off shore") subscrita via Internet. Posteriormente é transferida para a conta de recolha (normalmente Latvia Áustria e República Checa) igualmente subscrita via Internet. Por último, os fundos são depositados em pequenas quantias em múltiplas contas na UE. Quando o operador emite e envia a primeira factura, que nestes casos poderá ser de 30 dias, fica à espera do pagamento e só actua, em geral, ao fim de 60 dias. Nessa altura já o apartamento está desocupado, não existindo quem assegure o pagamento. Embora esta situação seja frequentemente detectada no estrangeiro, o EXPRESSO teve conhecimento da realização de um pequeno ensaio realizado em Portugal onde tudo funcionou como previsto.
Artigo publicado no "Expresso" e escrito por João Ramos.


Anunciantes patrocinam programas familiares

Empresas americanas neo gostam de publicitar os seus produtos entre séries pouco respeitáveis

Se o leitor é dos que pensam que os anunciantes apenas estão interessados em vender os seus produtos a qualquer custo, fique a saber que está muito enganado.
Nos EUA, 11 grandes empresas que investem em publicidade televisiva uniram se para promover o aumento de programas saudáveis para toda a família. Grupos económicos com a dimensão da General Motors, Procter & Gamble ou IBM clamam por uma TV mais respeitável, onde fique bem exibir os seus produtos. E estão dispostos a investir dinheiro na criação de séries que não envergonhem os avós à frente dos netos, ainda que possam envergonhar os netos à frente dos avós.
Quando se aproximam as novas grelhas de Outono, com promessas de programas arrojados, cheios de palavrões e insinuações sexuais para cativar as audiências juvenis, aumentam as preocupações dos respeitáveis anunciantes. No prime time, há cada vez menos espaços onde possam colocar a sua publicidade sem se sentirem desconfortáveis.
Daí a aposta, segundo o director de publicidade da séria Warner Lambert, citado pela CNN Interactive, de «encorajar o entretenimento responsável», já que «a programação disponível entre as oito e as dez da noite não está tão direccionada para a família quanto nós gostaríamos».
Abrindo os cordões à bolsa, 0 salutar consórcio de 11 empresas decidiu pagar a argumentistas para desenvolver séries plenas de bons sentimentos, coincidentes com os desejos dos anunciantes de agradar dos sete aos 77 anos. O montante do investimento não é conhecido, mas sabe se que a elaboração de um guião custa, habitualmente, entre 60 e 80 mil dólares (de 11 a 14 mil contos), e as empresas propõem se financiar pelo menos oito, que posteriormente vão ser postos à consideração da network da Warner Bros.
Um porta voz da Procter & Gamble não quis, contudo, que esta atitude se confundisse com uma demanda pelos grandes valores e pela boa moral: «Nós não estamos a dizer que a outra programação deva desaparecer. Estamos apenas a dizer que precisamos de mais opções.» E, seguros das suas convicções, prometem não ficar por aqui, levantando a hipótese de comprar uma página semanal na TV Guide, por forma a sensibilizar 0 público para os programas familiares.
(Do "Diário de Notícias" e assinado por J.M.T.)


Vírus ameaça segurança "online"

Uma nova estirpe de vírus informáticos que actua de fomma semelhante aos famosos "Melissa" e "Explore.Zip" poderá distribuir documentos alojados em computadores pessoais através da Intemet.
O "Explore.Zip" e o "Melissa" transmitem se através de "attachments" de mensagens de correio electrónico. O utilizador, ao abrir o documento em "attach" infectado, está inadvertidamente a alojar o vírus no disco rígido do seu computador. Uma vez "dentro" da máquina, enviam e mails para todos os endereços constantes da agenda pessoal da vítima e destroem todos os ficheiros em formato Word, Excel, Powerpoint, entre outros.
Agora, segundo a BBC, surgiu uma variante mais sofisticada destes programas, baptizada com o nome de "PrettyPark", mas os especialistas infommáticos só conseguirão produzir um antivírus definitivamente eficaz quando ele se manifestar em todas as suas versões.
O "PrettyPark" actua de forma semelhante aos antecessores mas os seus efeitos são menos camuflados. O vírus que também se transmite por "attachments" começa por replicar se a si mesmo, na forma de mensagens de correio electrónico enviadas para os endereços da agenda do "hospedeiro". Depois mantém se "sossegado" até que a vítima volte a ligar se à Net. Nessa altura, envia o username, listas de passwords e de endereços de e mail do utilizador para canais de IRC Internet Relay Chat.

De acordo com programadores de antivírus, o próximo passo do "PrettyPark" deverá ser o envio de todo o tipo de documentos alojados no disco rígido do computador que infecta. "Ele não é capaz de distinguir os documentos confidenciais dos outros. Pode pôr a circular na Intemet a sua lista de compras ou ficheiros altamente sigilosos de empresas e pessoas", como os números de contas bancárias e códigos de cartões magnéticos.

"O mais grave é que o vírus faz com que pareça que foi o próprio utilizador a enviar as mensagens", afirmou um responsável da Sophos Anti Virus, uma empresa especializada no combate a estes programas.

Vários fabricantes de softwere reclamam ter o "antídoto" para o "PrettyPark", mas não é possível desenvolver um antivírus que o detecte sem se conhecerem todas as suas variantes.

Os peritos prevêem que a próxima geração de vírus informáticos deverá infectar essencialmente pequenos programas para fazer páginas Web conhecidos por applets, escritos em linguagem Java e, sobretudo, Active X.

Um estudo desenvolvido nos EUA revelou que mais de metade das empresas de média dimensão que utilizam redes de Intranet não têm políticas de segurança capazes de responder a "ataques" a applets em Java.

Estimativas recentes indicam que o "Melissa", o "Explore.Zip" e outros programas semelhantes já provocaram este ano prejuízos directos e indirectos de 6,7 mil milhões de dólares a empresas amencanas.
(Do "Diário de Notícias"


Desafio frustrado da Microsoft
(Do "Diário de Notícias". Texto de Ricardo David Lopes)

Numa tentativa de recuperar a credibilidade dos seus sistemas operativos, a Microsoft lançou, no início da semana, um desafio à comunidade de hackers mundial, no sentido de a convidar a violar o sistema de segurança da versão beta do Windows 2000, mas problemas no servidor onde o programa devia correr deitaram no abaixo, tornando se impossível aceder lhe durante mais de um dia.

Numa página criada em www.windows2000test.com a Microsoft explica que, com esta versão do Windows 2000, pretende "criar o sistema mais seguro de sempre, quer em termos de funcionalidade quer em termos de concepção" e dá a conhecer as regras do desafio. Assim, os hackers que têm posto em causa a segurança do software da marca são convidados a tentar tomar mais lento ou deitar abaixo o servidor em causa, através do envio aleatório de "pacotes" ou descobrindo a "fómmula mágica" que faz parar a máquina.
Outros desafios consistiam em tentar alterar o conteúdo de ficheiros ou descobrir mensagens "escondidas" no sistema.
Para provar que o seu sistema é inteiramente seguro, a empresa de Bill Gates desligou a firewall, uma máquina que, em traços gerais, defende o servidor de ataques do exterior e configura o tipo de acessos para o exterior que é concedido aos utilizadores de um sistema.

A Linux, entretanto, concorrente da Microsoft, lançou uma iniciativa semelhante, mas ofereceu um computador a quem consiga quebrar o seu sistema de segurança.

A comunidade de hackers, no entanto, ficou pouco impressionada com estas iniciativas, que criticou no seu site de notícias em www.hackernews.com: "As empresas têm de compreender que estes desafios não são métodos de teste válidos", afirmam. Na verdade, trata se de "manobras publicitárias. Se querem criar um sistema válido de segurança, então gastem dinheiro e contratem uma empresa extema para avaliá los".
(Do "Diário de Notícias")