SÓ ISSO.
Caros Amigos:
Estava recostado na minha chaise longue lembrando de um filme da revista
semanal Época. Só isso.
Um filme que dá vontade de ver de novo (o sonho de todo anunciante).
Um filme que vende, claro.
Um filme que é um elogio à nossa sensibilidade e inteligência.
Um filme de Washington Olivetto.
Só isso?
(favor colocar som)
http://www.apple.com/br/cases/wbrasil/wbclio_bl.html
Um Abraço
Danyel Sak ˆ Publicitário
danyelcronicas@hotmail.com
oooooooooooooooooooooooooooo
APENAS DEIXE SE LEVAR
Caros Amigos:
No Dia de São Valentim, estava recostado na minha chaise longue entre o
acordado e o cochilando. É quase a mesma sensação que temos ao andar de
comboio de longo percurso: no início estamos acordadíssimos. Mas, depois dos
balancinhos constantes, mesclados com o tec, tec, tec das rodas sobre os
trilhos, começamos a esmorecer, a paisagem começa a passar feito borrões que
se desmancham e quando estamos vendo (ou melhor, não estamos vendo) já
flutuamos deliciosamente.
Claro que esta não é a única sensação que sentimos ao viajar de comboio pela
Europa. Existem muitas outras.
Uma delas, deliciosa, são os encontros e desencontros aleatórios.
Ou seja, você tem o seu roteiro pré determinado e numa destas viagens, acaba
conhecendo pessoas no comboio, conversando com elas, e de repente mudou o
seu rumo e pegou outro comboio para acompanhá las até outra capital. Ou o
inverso: alguma pessoa que você conheceu, resolveu mudar o rumo e quando vai ver, acabam viajando juntos.
Melhor que isso? Só mesmo quando envolve a explosiva mistura de
trilhos+amor+paixão. Neste caso, o seu roteiro original (ou o da pessoa que
você conheceu) simplesmente vai para o espaço. Mas a aventura promete ser
inesquecível. Apenas deixe se levar.
Um exemplo visual disso, é "Before Sunrise" ("Antes do Amanhecer"). Um filme que assisti anos atrás e que passa o espírito deste tipo de viagem de
comboio pela Europa, com encontros e desencontros de pessoas. Mas atenção:
se você é daquelas pessoas que não gostam de filmes de diálogos, esqueça e
vá ver Rambo 1.
Julie Delpy e Ethan Hawke estão nos papéis principais. Aliás, principais e
únicos, já que todos os outros actores que aparecem são figurantes.
Exactamente como uma aventura de comboio na vida real. Como sei de tudo
isso? Bem, as minhas mulheres e meus cachorros acabam de me dizer que isso é uma outra história.
Um Abraço
Danyel Sak Publicitário
danyelcronicas@hotmail.com
PS: Se você é daquelas pessoas que gosta de críticas positivas, aqui está
toda a tralha:
oooooooooooooooooooooo
ROUPA DE DOMINGO
Caros Amigos:
Quando eu era pequenininho, lembro me que havia uma imagem que gostava muito e que ficou na minha mente: a da "Roupa de Domingo".
As pessoas trabalhavam duro durante toda a semana (inclusive Sábado) e
tinham apenas um dia para descansar e divertir se: o Domingo. E este era o
dia da Roupa de Domingo.
Fôssem quem fôssem, não importava se eram ricas ou pobres, brancas ou
negras: neste dia, as pessoas faziam questão de se arrumar (ajeitar), de
colocar a Roupa de Domingo.
O passeio? Não importava que fôsse apenas uma voltinha à pé no quarteirão. O importante era colocar a Roupa de Domingo.
Mas não pensem que a Roupa de Domingo era luxuosa. Se fôsse, não seria Roupa de Domingo, ora bolas.
A Roupa de Domingo, para ser Roupa de Domingo mesmo, daquelas
verdadeirinhas, não tinha que ser luxuosa, nem ter marcas nem griffes, e sim
ser caprichada: era aquela roupa passada à ferro com muito cuidado (e se
fôsse de algodão, melhor) limpinha e branquíssima, e claro, muito cheirosa.
Porque A Roupa de Domingo não era tanto para mostrar aos outros. Ela tinha
um outro significado muito melhor: mostrar que todos poderíamos ficar
bonitos. E mais importante ainda: a Roupa de Domingo conferia dignidade.
Naquele dia, as pessoas se sentiam dignas.
Percebia se isso no ar.
Hoje em dia é muito mais difícil encontrar pessoas com Roupa de Domingo, é
quase uma coisa em extinção. Por isso, quando fico com saudade de ver Roupa de Domingo existem duas formas de conseguir isso: a primeira é ter a sorte
de passar por uma pequena cidadezinha no fim de semana exactamente na hora em que isso está acontecendo.
Caso seja Roupa de Domingo mesmo, você vai sentir ao longe as roupas de
algodão muito bem passadinhas à ferro, as mulheres luzindo (sim, luzindo,
esta é a palavra perfeita para a Roupa de Domingo) os seus vestidos, as
crianças com os cabelos bem penteados e uma profusão de sorrisos ternos. E
se você se esforçar um pouquinho mais, até consegue imaginar o odor de
lavanda no ar.
Agora, se nem assim você conseguir encontrar pessoas com Roupa de Domingo, não se preocupe que ainda tem uma chance: ligue a TV e assista "Uma Casa na Pradaria" (Little House on the Prairie). Mas torça muito para que a história que você estiver assistindo se passe em um Domingo.
Um Abraço
Danyel Sak Publicitário
danyelcronicas@hotmail.com
oooooooooooooooooooooooooooo
ELA É LISINHA
Caros Amigos:
Qual a melhor maneira de relaxar e fabricar um verdadeiro Verão artificial
neste Inverno semi Verkhoyanskiy? Na verdade, você não precisa ter o
conhecimento de um MBA
nem o dinheiro de um NBA para fazer isso: basta colocar para tocar o CD
Heaven, Earth and Beyond de Lisa Ekdahl.
A moça realmente não é nada áspera; faz uma bossa nova lisa, lisinha, como
se tivesse passado talquinho Johnson‚s em cada uma das notinhas musicais.
Mas atenção; não se esqueça dos preparativos essenciais antes de colocar o
CD para tocar:
1. Ligar o aquecedor à toda, para criar um clima de calor deliciosamente
tropical
2. Colocar o ventilador na velocidade 1 para proporcionar uma leve brisa
flutuante estilo Los Roques
2. Elaborar o seu Dry Martini (stirred, not shaked!) estupidamente gelado
3. Despelotar se todo e recostar se em uma chaise longue
4. Relaxar deliciosamente e deixar a Lisa começar a fazer cosquinhas bem
lisinhas nos seus ouvidos.
Um Abraço
Danyel Sak ˆ Publicitário
danyelcronicas@hotmail.com
oooooooooooooooooooooooo
PINTURA DELIVERY
Caros Amigos:
Estava começando a recostar me na minha chaise longue e a sorver o meu Dry
Martini (stirred, not shaked!) quando lembrei me de alguns quadros que vi em
uma loja de um boulevard, e que me chamaram a atenção.
Eram pinturas em grandes formatos, mas com um detalhe: não possuiam moldura.
Entrei na loja para averiguar, e quando me aproximei dos demais quadros,
percebi que eram "originais" iguaizinhos aos da montra (vitrine): todos
tinham as mesmas imperceptíveis texturas do pincel, a mesma densidade das
pinceladas, e as mesmas "falhas" humanas deixadas pelo pintor. Sim, era algo
brilhante e industrialmente premeditado. Não se tratavam de pinturas feitas
uma a uma por um pintor. E nem de reproduções em silk screen ao estilo
pop art, em que os artistas, deliberadamente, dizem aos clientes tratar se
de reproduções em escala industrial ready to use.
No caso das pinturas da loja, foi executada uma pintura original, e a partir
dela fizeram se meticulosas reproduções "originais" com o mesmo tema, a
mesma perspectiva, os mesmos tons e as mesmas sombras. Tudo como se cada uma delas, fosse uma pintura única.
E a estas pinturas, foram acrescentados subtis toques de marketing:
1. A não colocação de moldura nos quadros:
A Classe Média em ascensão, como regra, não admite quadros sem moldura. Para ela, a falta de moldura em um quadro está associada ao desleixo, a algo
incompleto.
2. A confecção pinturas de grandes formatos:
Para a Classe Média em ascensão, quadros grandes ocupam o lugar de outros
enfeites e tomam muito espaço. A única coisa que pode ser gigantescamente
grande na sala é o Home Theater, mesmo que as pessoas tenham que fazer
malabarismos para poder andar no exíguo espaço que restou.
Também, para a Classe Média em ascensão, as pinturas grandes também chamam muito a atenção, não é possível disfarçá las. E como não passam
despercebidas, faz com que as visitas obrigatoriamente a vejam e a comentem.
O que se torna algo embaraçoso para o anfitrião perante os seus amigos
Classe Média em ascensão, que ainda não compreendem bem pinturas em grande formato e sem moldura em uma sala.
Mas quem começou a industrializar este tipo de pintura, teve o
insight comercial de que as coisas estão mudando: isso poderia abrir uma boa
fatia de mercado nas salas de estar da Classe Média em ascensão.
Ao que parece, com a massificação de informações circulando worldwide e o
franchising abrangendo guggenheinianamente os museus, a percepção da
Classe Média em ascensão sobre as obras de arte, começam a mudar: agora ela
já pode, já tem permissão do sistema, dos colegas e vizinhos para colocar
uma pintura grande e sem moldura em sua sala de estar. Uma pintura que, à
primeira vista é única, personalizada e artesanal como as Batatas Fritas do
Sr. Basílio ou a vovó da Casa do Pão de Queijo. Mas se observada
atentamente, é como os deliciosos peitões de silicone ou como as
pizzas delivery: fabricada industrialmente, mas eles juram que são
artesanais.
Nem Dalí ou Andy Warhol teriam sonhado com isso nos seus melhores devaneios
futuro mercantilistas.
Um Abraço
Danyel Sak Publicitário
danyelcronicas@hotmail.com
ooooooooooooooooooooooooooo
DE HENRY FORD A HARRY POTTER
Caros Amigos:
Estava cochilando deliciosamente na minha chaise longue, após sorver o meu Dry Martini (stirred, not shaked!) quando fui invadido pela sensação ancestral de quando somos pequenos e ouvimos histórias contadas por nossos pais.
Pode não parecer, mas por mais que o Homem negue, escondido atrás da sua carapaça de adulto e do seu TDI, ouvir histórias é uma de suas necessidades básicas.
Infelizmente, os que inventaram o cinema não o levavam muito à sério, coisa passageira.
Já Hollywood, percebeu que depois de se alimentar, morar e arrancar os pelos do nariz (homens)/depilar as axilas (mulheres), o Homem precisava ir satisfazendo a necessidade primordial de ouvir histórias, e que alguém tinha que o fazer.
Hollywood então, acabou por preencher esta lacuna. Pois se pensarmos bem, no fundo o que é o cinema? É a arte de contar histórias para a criança que cresceu. Só que ao invés de estarmos à noite no nosso quarto e pedirmos aos nossos pais "ah...cooonta uma história", abrimos o jornal, escolhemos o tipo
de história que queremos que nos contem e vamos ao cinema com as outras
crianças crescidas, que se chamam adultos.
Até o ambiente do escurinho do cinema tem semelhança com o quarto de dormir da nossa tenra infância. Na verdade, a única diferença é que no quarto nem passava pela cabeça jogar pipocas no chão. Já no cinema, o adulto faz aquela porquêra toda no chão.
Claro que uma parte do mundo, quando escuta a palavra "Cinema",
automaticamente rebate: "Hollywood detêm o monopólio do cinema, precisamos reagir a isto e coisa e tal".
Isto pode ser uma parte da verdade. Mas a outra parte da verdade, é que esta
é uma boa desculpa para a falta de vontade de reagir destas pessoas.
Porque, enquanto os pioneiros achavam que o cinema era coisa passageira,
Hollywood realmente acreditou que o mundo, mesmo depois de crescido,
continuaria gostando que lhes contassem histórias.
Claro que não foi uma coisa orquestrada do tipo "olhem, o mundo está carente
de historinhas e temos que inventar novas histórias porque a Chapeuzinho
Vermelho está reformada (aposentada) com o dinheiro que ganhou vendendo os direitos da sua história para a campanha da Chanel Nº5, os Três Porquinhos
viraram empreiteiros e abriram uma construtora e Alice (a do País das
Maravilhas) mora nas Bahamas, está bronzeadíssima, muito bem casada com o
Chapeleiro Maluco e ficou milionária, juntamente com seu sócio O Gato Que
Ri, graças ao pioneiro empreendimento 3 em 1: o Parque Temático Casino Banco Off Shore, denominado Aliceland nas Bahamas".
Como resultado da falta de histórias e de quem contá las, Hollywood começou
aos poucos a fazer e contar as suas próprias historinhas. E o mais
importante: cada vez desenvolvendo mais o know how, juntando profissionais e aprimorando técnicas.
Mas tudo isto não é nenhuma novidade, é apenas a história que se repete:
ocorreu o mesmo com o automóvel, quando os primeiros inventores tratavam
"aquela coisa que se movia por si só" de um modo muito a curto prazo. Até
que surgiu Henry Ford e pensou "como poderia fazer um carro mais barato para o maior número de pessoas".
Ou com a "Indústria do Luxo", cujo maior expoente é a França: eles
perceberam que o ser humano gostava disso. E ao longo do tempo foram se
aperfeiçoando: bebidas, moda, perfumes, e finalmente tudo se fundiu em três
palavrinhas: construção de marcas.
O problema, é que quando se fala em cinema, todos querem ter a tal
"Indústria do Cinema" como Hollywood. E como não conseguem, acabam ficando frustrados.
Na verdade, como ocorre em tudo, quem chegou antes e continua se esforçando e aprimorando, é um concorrente difícil de bater (ainda mais depois de descobrir a fórmula mágica do Merchandising). Bem, pode ser difícil, mas não impossível.
Recordemos a Itália, que há décadas atrás percebeu isso e sem querer
concorrer com a Indústria do Cinema, começou a contar histórias a sua
maneira e com o seu orçamento. Nem sempre acertava, mas quando acertou, foi um sucesso e criou ícones como Fellini, passando por Marcello Mastroianni
chegando até Roberto Benigni (muito bem, Topo Giggio e os filmes dos
monstros Cíclopes dos anos 60 também.
Com a baixa produtividade do cinema italiano, os espanhóis acordaram e
resolveram seguir a mesma trilha. Claro que Almodóvar é conhecido de todos.
Mas ele é apenas a ponta do iceberg que brilha no exterior: mais importante
do que isso são as dezenas e dezenas de filmes espanhóis produzidos para o
mercado interno que estão nas telas todos os anos. E com a técnica cada vez
mais apurada.
E nos anos recentes, vemos o renascimento do cinema inglês recontando
deliciosamente histórias de Vaudeville adaptadas para os nossos dias. Cada
um a seu modo, mas sem insistir em ser uma Indústria do Cinema.
Sim, eles perceberam que primeiro tem que agradar a seu público interno e
não cometer o maior pecado de todos: enveredar por histórias chatas e
repetitivas (tão repetitivas como o nadegão caído da enjoada jênifelópez que
eles querem nos impingir como verdadeiro e tropical, mas que é totalmente
molengão e fake) e achar que o consumidor vai pagar para ver aquela tralha.
Há também aqueles que, mesmo tendo uma boa história, a contam técnicamente de forma deficiente: produção amadora e acting parecido com as aspirantes a modelo que aparecem na SMS TV (percebe se que a elaboração deste canal tão profissional, enriquecedor e essencial para todos nós realmente deve ter tido um investimento milionário; não sei como todos conseguíamos viver sem ele).
Assim, da próxima vez que for ao cinema, faça como eu: após o filme
terminar, e as pessoas começarem a ir embora e começarem a tropeçar nos
degraus, fique mais um pouquinho e se re ajeite confortavelmente na sua
poltrona. Comece a apreciar o letreiro subir com toda aquela centena de
nomes, das mais variadas profissões, em grande parte altamente qualificados,
sabendo trabalhar em equipe, organizadíssimos como abelhas, e gerando
milhares de empregos diretos e indiretos. E a prova de tudo isso, é você;
que pagou de bom grado para que eles lhe contassem uma bela historinha.
Agora volte para o seu quarto, apague a luz e boa noite.
Um Abraço
Danyel Sak Publicitário
danyelcronicas@hotmail.com
ooooooooooooooooooooooooo
A VIDA ERA MAIS SIMPLES NO TEMPO DA ACIDEZ
Caros Amigos:
Recostado em minha chaise longue, fico pensando como a vida era
descomplicada quando tínhamos o método tradicional e funcional de comprar azeite: por acidez.
Assim, podíamos escolher entre o 0,4 Graus, 0,5 Graus, 0,7 Graus, 1,5 Graus de Acidez, etc. Bastava apenas olhar o número e sem perda de tempo escolher o mais adequado para cada ocasião: saladas, peixes, carnes, etc.
Mas, ao ir ao hipermercado e ver o stand de um conhecido azeite, ao que
parece as denominações a partir de agora vão ser: Suave, Clássico, Intenso, Novo, Resenha, Do Mestre, Tradicional. Ufa!
Esperamos não seja uma normativa da CE para todas as marcas porque senão ela terá que financiar o Bacharelato e Universidade das Novas Denominações de Azeite (assim como o McDonalds tem a Universidade do Hamburger http://www.mcdonalds.com/corporate/careers/hambuniv/) para que as donas de casa passem 5 longos anos somente para decorar cada uma destas novas denominações e entender toda esta tralha de nomes.
A boa notícia, é que nestes 5 anos em que os maridos estarão solteirinhos no lar, poderão finalmente andar pela casa de cuecas com o elástico estourado, ler A Bola até mais tarde e emendar a noitada vendo a SportBola (perdão, SporTV).
Mas, enquanto não vem a normativa de Bruxelas para inaugurar o Bacharelato e Universidade das Novas Denominações de Azeite (ou simplesmente B.u.n.d.a. University) um colega obteve um dossier top secret contendo as discussões que serviram de preparação para o currículo base da futura universidade:
INÍCIO DO DOCUMENTO
Dossier: Discussões Para Currículo das Novas Denominações
Título: Novas Denominações de Azeite
Ano: 2003/2004
Suave: Suave vejamos quem sabe seja para Saladas, ou será que é suave
demais? Pode ser que o seu uso seja totalmente extra culinário e sirva mesmo para fazer massagens suaves entre casais ou algo do tipo Nove e Meia Semanas de Amor (sai versão geladeira, entra versão jantar).
Clássico: Para ser usado somente por quem fale Grego ou Latim. Também poderá ser usado para jantares de gala, quando da visita de convidados ilustres, clássicos, como um participante do Bigbróder.
Intenso: Usado para os filmes de sacanagem. Nos Hipermercados, será vendido ao lado da secção de comida afrodisíaca. Vetada a sua comercialização em mercearias de bairro com frequencia de público de perfil conservador.
Novo: Um azeite direccionado exclusivamente para as donas de casa casadinhas de novo, para a comida dos bebés e para casais jovens que além do crédito bonificado para a casa própria terão um azeite bonificado.
Resenha: Para aqueles que jantam vendo ao mesmo tempo a TV com a resenha das notícias, do futebol, ou um compacto com o resumo das novelas da TVI (que são verdadeiras obras primas da dramaturgia eletrónica).
Também poderá ser utilizado em alimentos que ficaram para o dia seguinte. Ou seja: uma resenha dos pratos que ficaram abandonados na geladeira (ao lado do leite azêdo, da garrafa de água e das pilhas) e que as pessoas não sabem direito o que fazer com eles.
Este azeite servirá então para alquimicamente confeccionar novos pratos com os pratos antigos. Ou como diz a sábia filosofia "A carne assada de ontem será o croquete de amanhã"
Do Mestre: Que mestre? O Mestre da escola? O Mestre Cervejeiro? O
Mestre Cuca? O Mestre Zen? O Burgomestre?
Todos. Este será um azeite dedicado a todos os Mestres. Um azeite universal.
O sonho do Homem feito realidade, a universalidade acima de todas as
políticas, religiões, times de futebol e gostos de gravatas. Nem o Esperanto
conseguiu tanta universalidade: o mundo todo de mãos dadas formando um únicocírculo em volta da Terra e todos com as mãos untadas com azeite do Mestre.
A partir de hoje o mundo será mais livre: as mulheres finalmente poderão
sair à rua com os rolos (bobes) nos cabelos e o homens com o
roupão atoalhado com riscas verticais verdes, brancas e cor de vinho. Lindo!
Tradicional: O mais difícil de conceitualizar. Será que o Tradicional é o
Clássico disfarçado? Ou o Tradicional está fantasiado de Clássico para que
pensem que ele no fundo é Tradicional. Mas o Tradicional pode ser uma coisa clássica? E algo clássico, pode ser tradicional?
Para resolver esta questão do Azeite Tradicional x Azeite Clássico, será
reservado um espaço nos hipermercados e mercearias de todo o país para os Grupos de Discussão Das Donas de Casa Sobre as Novas Denominações de Azeite (ou simplesmente GDDDDCSANDDA).
Como material didáctico, juntamente com o azeite, virá um folheto com o
resumo dos seguintes livros:
Paulo Coelho: para os alimentos mais leves e saudáveis como um franguinho grelhado com fritas e salada.
Nietzsche e Schopenhauer: para os alimentos mais densos como o Leitãozinho à Bairrada
Erich von Däniken de "Eram os deuses astronautas?": para os alimentos mais ecléticos esotéricos como rebentos de soja ao vin refogado com rochefort equiabo.
FIM DO DOCUMENTO
Pelo que viram, será um longo e árduo caminho de adaptação. O lado positivo é que felizmente, estas Novas Denominações de Azeite não surgiram na Era Medieval, quando os exércitos que defendiam os castelos, jogavam azeite fervido sobre as muralhas para afastar os invasores:
Arqueiro, quem são os invasores que se aproximam das muralhas do castelo??
Ao longe parecem Bárbaros meu senhor!!
Então jogue azeite fervido Tradicional sobre eles!!
Mas meu senhor, entre eles há também alguns Mongóis!!
Ferva então o azeite Tradicional juntamente com o azeite Intenso e jogue nos invasores!!
Mas meu senhor, o Intenso esgotou se aquando da invasão dos Hunos!! E o azeite Clássico também, porque é o que tem mais saída contra os Mouros.
Muito bem arqueiro, e que mais temos em estoque?
Temos azeite Resenha, meu senhor, mas este nome é tão confuso que acaba sendo mesmo utilizado por Sua Alteza Real para as massagens medicinais com o óleo fermentado de juripnéia braba.
Mais algum azeite em estoque, arqueiro??
Meu senhor, temos também estoque completo do azeite Suave e do azeite Novo.
Mas só será usado daqui há alguns séculos quando surgirem os
bárbaros classe média, que na falta do que fazer no trabalho, mandam FWD pela internet.
E quanto ao azeite do Mestre, arqueiro, quanto temos?
Temos muito, meu senhor!! Muito!! Fervemos e jogamos azeite do Mestre sobre os invasores?
Não, arqueiro, este não!!
Mas porque não meu senhor??
Porque este está guardado para o bacalhauzinho de Natal.
Um Abraço, Um Natal com Muita Paz e Um Ano Novo Generoso
Danyel Sak
Publicitário
danyelcronicas@hotmail.com
oooooooooooooooooooooooooooooooo
AS 50 VELHINHAS
Caros Amigos:
Estava rodeado de minhas mulheres e meus cachorros, sorvendo o meu
Dry Martini (stirred, not shaked!) quando de repente apagaram se as luzes
e acenderam se as 50 Velhinhas: a Playboy faz 50 anos.
Sempre que pude folheei as suas páginas, tanto na horizontal com ótimos
artigos, como na vertical. Mesmo não tendo comprado uma única Playboy
até hoje (sempre havia um amigo por perto ávido para compartilhar a
revista com os devidos comentários).
Poderia falar que a Playboy foi criada por Hugh Hefner (77 anos), um
redator publicitário com muito pouco dinheiro (8.000 dólares emprestados)
e tornou se uma mina de ouro.
Poderia falar que por isso representa a livre iniciativa na sua mais pura essência.
Poderia dizer que foi corajosa por afrontar um pseudo puritanismo da época.
Poderia dizer que a Playboy tornou se um um ícone da cultura pop.
Poderia falar do advento da Página Central lida na vertical.
Poderia falar de estrelas como Marylin Monroe, a primeira playmate,
Kim Basinger, Cindy Crawford que apareceram em suas páginas.
Poderia até falar da imagem cultivadíssima de Hugh Hefner vestindo
como trademark o seu robe de seda.
Poderia falar da perspicácia de usar escritores famosos para escrever
excelentes artigos em suas páginas.
Poderia falar em pagar excelentes fotógrafos, para obter sempre imagens
de qualidade e uma estética elaborada.
Poderia falar da concepção de um logotipo (o coelhinho) direto e
reconhecível em todas as partes.
Poderia falar que a Playboy se tornou um império.
Mas nada sobressai mais do que a época em que a Playboy foi
idealizada: na época Pré Andywarholiana em que o povo (por exemplo,
o seu vizinho que lava o carro todos os fins de semana do ano e a
vizinha em frente que usa rolos nos cabelos para ir até a padaria) não
tinha como ambição ser famoso: queria apenas ter uma profissão.
Uma época em que ainda existia uma maravilhosa e bem marcada
delimitação entre quem ficava de um lado da TV/Revistas e quem
ficava do outro lado. Ou seja: o povo com suas
vidinhas desinteressantes bigbrotherianas de um lado assistindo TV,
e os astros do outro trabalhando na TV para o povo assistir. Aliás,
como as coisas sempre deveriam ter sido.
E finalmente, uma época em que não precisávamos do pré fabricado
nadegão pseudo tropical da enjoada jênifelópez que eles querem
nos impingir como o máximo mas que é
totalmente molengão e fake porque tínhamos 1, 2, 10, 50
verdadeiras sexy symbols. Que hoje, já são 50 Velhinhas. Algumas
apagadas, mas outras quem sabe estejam playmates sêniores enxutíssimas.
Vovôs, let's go!
Um Abraço
Danyel Sak Publicitário
danyelcronicas@hotmail.com
oooooooooooooooooooooooooooo
CHICA CHICA BOOM!
Caros Amigos:
Estava na minha chaise longue entre as minhas mulheres e meus
cachorros, saboreando o meu Dry Martini (stirred, not shaked!)
quando finalmente consegui encontrar uma fórmula realmente
eficaz de elaborar um verdadeiro CHICA CHICA BOOM!
(daqueles de espantar os chatos, principalmente os Cinza Esverdeados).
Confiram:
INSTRUÇÕES
1. Ligar o som do seu computador no máximo
2. Clicar no site (abaixo)
2. Deixar carregar a página
3. Clicar em cada um dos personagens
4. Depois você pode ir activar (ou desactivar) cada
instrumento: basta apenas clicar novamente nos personagens
5. E o mais importante: fazer CHICA CHICA BOOM!
http://62.210.133.45/bahianese.htm
Um Abraço
Danyel Sak Publicitário
danyelcronicas@hotmail.com