Estúdio Raposa

História 97
A Mulher Comilona

 

INDICATIVO

Vamos hoje ouvir a história da “Mulher comilona”, que fui buscar ao livro de Alexandre Parafita “Antologia de Contos Populares”, em dois volumes editados, pela Plátano

MÚSICA

Havia uma mulher que andava sempre a dizer ao marido que não comia nada. Mas o marido desconfiava que isso era treta dela, pois cada vez engordava mais. Um dia, o homem resolveu tirar tudo a limpo. E disse à mulher:
- Ó mulher, eu vou tratar de negócios de gado para longe, e não venho nada cedo.
- Vai lá descansado, homem, que eu cá fico mais a criada - respondeu-lhe a mulher.
O homem, mal desceu as escadas, meteu-se na loja, e ficou ali o dia todo, mesmo por debaixo do quarto da mulher. Assim que ele saiu, a criada foi ao quarto e perguntou à patroa:
- A senhora que quer comer?
- Traz-me umas sopas rarinhas.
Passado um bocado, voltou lá novamente para perguntar: - A senhora que quer jantar?
- Um arroz bem grosso.
Ao chegar a noite lá voltou a criada: - A senhora que quer cear?
- Faz-me um frango ensopado.
O marido ia ouvindo tudo isto no seu esconderijo. Por fim resolve sair de lá e aparece no quarto sem a mulher contar. Diz-lhe então ela quando o sentiu:
- Olha, homem, cada vez estou pior. Hoje ceguei, e nem te vejo. E pôs-se a apalpar o homem, fingindo que não o via. Até que lhe perguntou:
- Ó homem, hoje choveu tanto! Porque é que tu não vens molhado?
E ele respondeu-lhe:
- Olha, porque a água que choveu era rarinha como as sopas que almoçastes! Se fosse grossinha como o arroz que jantastes, então eu viria ensopado como o frango que ceastes! A mulher viu então descoberta a sua manha. E a vergonha com que ficou serviu-lhe de lição.

MÚSICA

Ouvimos, hoje, “A Mulher comilona”, história que fui buscar ao livro de Alexandre Parafita “Antologia de Contos Populares”, em dois volumes editados pela Plátano.

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